NĂŁo Ă© novidade a sĂ©rie de escândalos no Brasil envolvendo polĂticos e desvio de dinheiro pĂşblico. Infelizmente, a cada semana, sĂŁo acrescentado novos nomes à lista de corrupção e a quantia desviada sĂł aumenta.
Nas Ăşltimas semanas, o clima piorou ainda mais com a nomeação do ex-presidente Lula para Ministro Chefe da Casa Civil, o principal ministĂ©rio do governo, que impediria que o ex-presidente fosse investigado, a nĂŁo ser pelo Supremo, que poderia fazer com que o processo demore muito mais. Essas manobras polĂticas tem afetado mais que a reputação do governo, e criado uma crise muito grande, que acaba afetando diretamente o setor de transportes.
De tudo o que Ă© produzido no paĂs, cerca de 65% a 70% Ă© transportado por rodovias. SĂŁo milhares de empresas e milhões de caminhoneiros autĂ´nomos e empregados, que diariamente cortam o Brasil transportando tudo o que se produz. Mas esse cenário tem se tornado extremamente vulnerável Ă crise, devido Ă baixa na produção industrial, aumento da inflação e redução do poder de compra da população, que a alguns anos atrás foram alavancadas pelo governo, aumentando a oferta de fretes e consequentemente aumentado o nĂşmero de caminhões novos colocados na estrada.
Esse cenário se tornou uma bola de neve, com menos fretes ofertados e grande quantidade de caminhões à procura de carga. A economia está estagnada, e as previsões para 2016 podem ser alarmantes.
O Grupo G10, um dos cinco maiores grupos de transporte do paĂs, foi fundado em 2000 pela uniĂŁo de cinco grandes empresas, uma delas a TransPanorama, da qual Ă© diretor Claudio Adamuccio, que tambĂ©m Ă© presidente do Grupo G10. O Blog do Caminhoneiro enviou algumas perguntas, que forma prontamente respondidas, sobre a atual situação politica no Brasil e seus reflexos no sistema de transporte:
-Como a empresa vê esse cenário?
Claudio Adamuccio – É notĂłrio que a crise polĂtica tem afetado de forma substancial o andamento da economia do nosso paĂs. Entendemos que o processo de investigação, a divulgação e a participação da opiniĂŁo pĂşblica sejam necessárias para que o paĂs retorne ao eixo. Torcemos para que isso aconteça o quanto antes.
-Quais são as mudanças esperadas, tanto positivas quanto negativas, para a empresa?
Claudio Adamuccio – A reflexĂŁo a ser feita Ă© se este governo tem condições de alavancar novamente a economia do nosso paĂs, gerando emprego e renda, com a redução da inflação e o retorno da confiança dos investidores. Com isso, as mudanças tendem a ser traduzidas em nĂşmeros positivos, que Ă© o esperado em todo paĂs. O fato do Lula assumir ou nĂŁo como ministro tornou-se uma questĂŁo judicial, como a imprensa tem noticiado.
-As reações do mercado, com queda nas bolsas e altas e baixas do Dólar afetam a empresa?
Claudio Adamuccio – Certamente. Muitas commodities sĂŁo negociadas em dĂłlar. O transporte faz parte dessa cadeia produtiva e nĂŁo está imune Ă s oscilações do mercado. Entretanto, a nossa empresa tem feito a lição de casa, cortando gastos, com um controle maior sobre os nĂşmeros, e buscando soluções para manter-se inovadora, prestando um serviço de qualidade.
-Qual a visĂŁo da empresa frente Ă esse jogo polĂtico?
Claudio Adamuccio – A situação precisa ser concluĂda. Esperamos que a justiça conclua o seu trabalho, combatendo a corrupção, e assim o paĂs retorne para o desenvolvimento e fortalecimento da economia. A indecisĂŁo Ă© o pior.