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Baixo custo do frete: uma obsessão 2

Temos mencionado ( e sem querer ser repetitivo) o custo do frete é fator determinante no preço final dos produtos. De um lado, temos consciência de que parte significativa desse custo decorre de oferta e procura ou das leis de mercado. Entretanto, outra parte provém de burocracia (excesso de regulamentação de legislação limitante) e de ociosidade.

As limitações integram as jornadas de trabalho (lei do motorista); da capacidade e peso no transporte (lei da Balança); das estradas e limitações de velocidade por trechos e, por aí vai.

Há segundo o Banco Mundial a indicação que a burocracia é um dos fatores limitantes do crescimento dos negócios em determinados países.

Em pesquisas publicadas recentemente, abrangendo o biênio 2015 e 2016, dando conta de que no ranking de 186 países avaliados pelo World Bank o Brasil figura na 180 posição dentre os que mais dificuldades apresentam para se realizar negócios.

Triste notícia porque se os empreendedores internacionais tiverem que selecionar lugares onde investir é provável que venham fazê-lo em lugares onde a burocracia e as dificuldades de realizar negócios sejam menores.

Há, também, a ponderação de que diversas oportunidades de melhorias podem ainda ser implementadas. Caso ilustrativo é a sobreposição de rotas de abastecimento para as diversas regiões dos estados.

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No estado de São Paulo há polos regionais como os da Capital, de Campinas, Santos, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Sorocaba, São José dos Campos, Presidente Prudente , Bauru.

Essas cidades, de alguma forma, já foram importantes polos ferroviários regionais e com o desmantelamento da “Malha Ferroviária Paulista” da FEPaSA e da Rede Ferroviária Federal foram simplesmente abandonados.

A situação é que uma grande quantidade de transportadoras (transporte rodoviário) se propõe a atender essas regiões e deslocam caminhões de diversas capacidades, com frequência diária, para transportar mercadorias “de” e “para” essas cidades.

Conforme publicações da NTC e Logística e da FETCESP (Federação dos sindicatos patronais do transporte de carga no Estado de São Paulo) existe ociosidade acima de 35% nas viagens dos veículos de transporte.

Uma parcela ponderável dessa ociosidade pode estar associada à frequência de viagens e a quantidade excessiva de transportadoras que atendem à mesma região.

É provável que em função dos custos dos fretes e das margens de lucro, cada vez menores nesses transportes, no futuro venham surgir empresas especializadas em cobrir todo o Estado de São Paulo transportando cargas para diversas transportadoras e, com isso, melhorando a ocupação dos veículos, reduzindo a ociosidade e aumentando a produtividade do transporte.

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Não há impedimento legal para que isso seja concretizado e que, com isso, os fretes se tornem mais competitivos e baratos.

Uma parte dos custos existentes nas atividades de rastreamento, segurança, escolta e também nos processos de informação sobre os deslocamentos e o status das entregas possa ser drasticamente reduzido com “economia de escala” (maiores volumes transportados rateando os custos fixos de imobilização e depreciação e remuneração do capital que representam mais da metade do custo do frete).

Assim como aconteceu com os operadores logísticos que se estabeleceram locando espaços para a armazenagem de produtos para diversos segmentos especialmente os industriais, o transporte poderá se beneficial desse compartilhamento e redução de ociosidade para trazer de volta margens de lucro compatíveis com o investimento e risco envolvidos e, manter e ainda aprimorar a qualidade do serviço prestado.

Os contratantes de transportes nas indústrias sabem que existe essa oportunidade de melhorar a produtividades e obter fretes ainda mais vantajosos para as suas empresas.

Há que se pensar em aproximar embarcadores e transportadores e operadores logísticos para aproveitar essas oportunidades.

Paulo Westmann

Rafael Brusque - Blog do Caminhoneiro

Nascido e criado na margem de uma importante rodovia paranaense, apaixonado por caminhões e por tudo movido a diesel.

One thought on “Baixo custo do frete: uma obsessão 2

  • Elizeu das virgens oliveira

    Bom dia. É verdadeira história não é essa.
    O frete não tá barato do sudeste pra o nordeste. Eu e vários caminhoneiros autônomo carregamos pro nordeste. O frete é 8.000 de são Paulo pra Recife. Aí quando pegamos o manifesto vc depara com 16.000 o valor dá prestação de serviços. Nós vamos até a fábrica coletar vamos até o cliente final levar e a transportadora só pra passar o serviço pra nós fazer com todas despesas incluindo o pedágio nossa com exceção dá carga e descarga fica com a metade aí é sacanagem pura. Isso ninguém mostra, isso ninguém fala.

Fechado para comentários.

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