Fábrica da Ford em São Bernardo do Campo tem mais uma interessada
A Foton, fabricante chinesa de caminhões que atua no Brasil em parceria com a Agrale, é mais uma das empresas interessadas nas instalações da Ford em São Bernardo do Campo. A montadora americana anunciou em fevereiro que encerrará a produção de caminhões, das linhas Cargo e Série F e do carro Fiesta, desistindo do segmento de veículos comerciais na América Latina.
O presidente executivo da Foton Aumark Brasil, Marcio Vita, viajará à China na próxima semana para apresentar a proposta de compra da unidade da Ford à direção da Foton. A unidade em São Bernardo do Campo pode ser uma boa alternativa para a Foton, que planeja a construção de uma fábrica no Brasil, e atualmente tem seus caminhões fabricados no país pela Agrale, em Caxias do Sul-RS.
A Foton e a Prefeitura de Guaíba, no Rio Grande do Sul, já assinaram o contrato de intenções de construção da fábrica na cidade gaúcha, e já existe um terreno, que foi adquirido com uma série de incentivos fiscais do estado do Rio Grande do Sul.
Apesar do interesse da Foton, a maior interessada na fábrica da Ford é a Caoa, que tem planos de manter a montagem de caminhões Ford no Brasil, e utilizar a linha de montagem para fabricação de outros veículos. A Caoa é dona da maior rede de concessionárias Ford no Brasil, e também representa as marcas Hyundai, com fábrica em Anápolis-GO, e Chery, com fábrica em Jacareí-SP.
Para a Foton, além da oportunidade de compra de uma fábrica pronta, reduzindo o tempo e o valor investido para produção dos caminhões no Brasil, a saída da Ford no mercado pode ampliar a fatia do mercado da montadora chinesa, que hoje vende quatro modelos de caminhões no país, no segmento de leves.
Os caminhões Foton Minitruck 3.5-11 DT, Minitruck 3.5–14 DT, Minitruck 3.5-14 ST e Citytruck 10-16, se encaixam em segmentos que a Ford abandonou, e que detinha um bom número de vendas.
A Foton anunciou sua vinda ao Brasil em 2010, junto com outras montadoras, e permaneceu no país, mantendo os planos de investimentos programados, apesar de atrasos por conta da crise.