Essa é a história do Agenor.
Carreteiro honesto e digno.
No seu trabalho dava valor.
Ser bom pai e marido seu signo.
Scania Vabis cento e dez.
Cabine dupla e trucada.
Enfrentavam qualquer revés.
Cumpriam a missão na estrada.
Quando deixava a família
que morava em pequena cidade.
Na estrada seguia a cartilha.
No tapete preto sentia-se majestade.
Levando café para ser embarcado
Vinte quatro toneladas o Scania aguenta.
Segue por aquele chão empoeirado
Naquele inicio da década de setenta.
A velha Scania cento e dez de guerra
com o filtro de ar externo.
Rasgando reta ou subindo uma serra.
Encarando verão ou o frio do inverno.
Agenor dirigia com competência.
seu cavalo mecânico com terceiro eixo.
Explorando os duzentos cavalos de potência.
Feliz por trabalhar e viver no trecho.
Entrega uma carga, pega outra na sequência.
Dia e noite encarando o pó da estrada.
Vida de caminhoneiro exige amor e paciência.
Tudo que faz é pela sua família amada.
Nas paradas de estrada
ou em volta de uma fogueira.
Na garçonete uma cantada.
Assim é a vida estradeira.
Vai chegando final da tarde.
Precisa de descanso, ele e o bruto.
De saudades o coração arde.
Se distrai, com amigos jogando truco.
À noite alguém pega um violão.
A música traz também a saudade.
Ali perto descansa o seu caminhão.
Sua carreta é sua casa de verdade.
A chuva prejudica a visão,
embaçando o parabrisa.
Nessa hora precisa ter atenção.
A cautela na condução prioriza.
Após muito tempo longe do lar
inicia a viagem de retorno.
A saudade no peito a apertar.
Sente no rosto vento suave e morno.
Ali dentro da cabina
o espaço é pequeno para a saudade.
Ao superar a última colina
vê brilhando as luzes da sua cidade.
Sua carreta segue pela rua.
Uma lembrança e o coração abrasa.
Quer abraçar a família que é só sua.
Sentir o aconchego de sua casa.
O semirreboque coberto pela lona.
Estaciona o velho estradeiro.
Traz na cabina a saudade de carona.
Traz no bolso o suado dinheiro.
Abraça os filhos e a esposa.
A saudade acaba nesse instante.
Essa é a história de Agenor de Souza.
Um herói brasileiro e viajante.
Texto de Roberto Dias Alvares
*Baseado no comercial Texaco Ursa
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