MB L-1313, uma relíquia guardada a sete chaves

* Reprodução de artigo publicado na revista O Carreteiro em junho de 2006.

O sonho de todo carreteiro é ter o seu próprio caminhão. Portanto, qualquer motorista se espantaria se ouvisse falar que um caminhão zero quilômetro ficou parado durante 23 anos em um galpão sem nunca ter trabalhado. Apesar de estranho, essa não é uma daquelas histórias contadas na estrada e sim um fato real do Mercedes-Benz L-1313 de propriedade do jovem Élio Júnior Monteiro, que ganhou o caminhão do pai, Élio José Monteiro, no dia em que nasceu, em abril de 1981, e nunca rodou com ele.

“A idéia era eu ter um caminhão para trabalhar assim que completasse 18 anos. Porém, já estou com 23 e nunca precisei utilizá-lo, já que trabalho na parte administrativa do frigorífico do meu pai”, explica. Élio José tem uma frota de aproximadamente oito caminhões que são utilizados para os serviços da sua empresa.

O veículo está com 2040 kms e a maior viagem realizada por ele foi quando percorreu aproximadamente 1086 Km ao se deslocar de São Paulo a Santo Antônio da Patrulha/RS, cidade onde vive a família de Élio. O Mercedes (com baú) passou a maior parte dos seus 23 anos parado dentro de um galpão. “Ele está novinho, igual ao dia que saiu da fábrica, nunca foi emplacado e pretendemos mantê-lo guardado. Não temos pretensão de vendê-lo, afinal ele já faz parte da família”, enfatiza Élio.

O Mercedes-Benz modelo L-1313 fez a sua história no transporte rodoviário de cargas no Brasil entre 1970 (início da produção) e 1987 (quando foi substituído pelo L-1314). Durante esse período foram vendidas 52.808 unidades, e de acordo com dados do Denatran a frota registrada é de 49.027 unidade. O modelo é equipado com o motor OM-352 de 130 cv e tem PBT de 13.000 kg e de 22.500 kg equipado com terceiro eixo.

Fonte: O Carreteiro