O carreteiro Elvis André
dirige seu Scania com alegria.
No acelerador não alivia o pé.
Carregado rasga a rodovia.
Scania 113 trucado, uma lenda.
O caminhão justifica a fama.
Seja na transportadora ou na fazenda,
sai carregado enfrentado chuva e lama.
Para Feira de Santana na Bahia
levando carregamento de enlatados.
Os perigos da estrada conhecia.
Já eram muitos quilômetros rodados.
À noite caiu rapidamente
e Elvis André teria de continuar.
Chegar no dia seguinte tinha em mente.
Parou no restaurante para jantar.
Encontrou outro caminhoneiro
que também iria seguir viagem.
Andando juntos o tempo inteiro.
Risco de assalto não dariam margem.
O Mercedes corria veloz
e Elvis André na mesma toada.
Trecho de serra iam os dois sós.
À noite já virava madrugada.
Ao passar posto de gasolina
um carro seguia o Mercedes Benz
Elvis André chegava a botina.
Percebeu que era seguido também.
Conversando pelo rádio amador,
o caminhoneiro percebeu a emboscada.
O Mercedes Benz mostrava seu valor.
Mas o carro devorava a estrada.
Elvis André deu orientação
que não deixasse o carro passar.
Com seu Scania iria fazer pressão
e da estrada o carro ia tirar.
O Mercedes no meio da pista
e o carro colado na traseira.
Elvis André que era um hábil motorista
mostrou que não estava para brincadeira.
Quando perceberam o Scania na cola
o bandidos entraram em pânico.
Elvis André mandando a sola.
Encostou no carro seu cavalo mecânico.
Foi apenas um toque sutil
mas suficiente para fazer estrago
Desnível do asfalto o carro caiu.
Com o carreteiro não tinha afago.
Mas havia ainda outro problema:
Atrás do Scania um carro na perseguição.
Elvis André resolveria sem dilema.
Ultrapassou seu amigo com determinação.
O carro também ultrapassou
e contra o Mercedes fez disparo.
Felizmente nenhum deles acertou.
Mas os bandidos pagariam caro.
Elvis André perguntou ao amigo
que ao Mercedes conduzia,
se o carro o havia seguido
e se bem próximo estaria?
O caminhoneiro disse que sim
e Elvis André lhes daria uma lição.
Naquela perseguição poria fim.
Freou bruscamente a composição.
O carro não conseguiu parar
e com a violenta colisão
parado na pista acabou por ficar.
Assim acabou a perseguição.
Elvis André retomou na aceleração
e deixou o carro destruído para trás.
Passou por eles também o caminhão.
Aqueles bandidos não incomodariam mais.
Pararam na Polícia Rodoviária
e contaram todo o acontecido.
Perseguidos por gente ordinária.
Elvis André ainda foi repreendido.
O policial disse que naquele lugar
por ser de extremo perigo,
a noite, só louco tenta passar.
Fica na espreita o bandido.
Quando a polícia chegou ao local
os carros estavam abandonados.
Nenhum deles teve destino fatal.
Os dois veículos eram roubados.
Elvis André e seu outro colega
seguiram cada qual o seu caminho.
Escaparam daquela refrega.
Cada um agora estava sozinho.
Elvis André chegou ao destino
e sua carga foi entregar.
Depois feliz como um menino,
na praia com bela baiana foi passear.
ROBERTO DIAS ALVARES
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