A segurança nas rodovias também depende da qualidade das informações que trafegam via sensores instalados nos caminhões. Estes dados podem ser sobre a sua localização e as condições reais de sua operação e manutenção. A integração eficiente dos dados envolvidos será vital para se garantir os melhores resultados dos projetos de M2M/IoT na área de transportes.
A Daimler, uma multinacional automotiva alemĂŁ, já conectou cerca de 500 mil caminhões Ă Internet das Coisas (IoT), o que aponta uma forte tendĂŞncia do setor. Estima-se que, atĂ© 2020, mais de 35 milhões de caminhões em todo o mundo estejam conectados. Atualmente, quase 40 por cento dos gerentes de frota acreditam que os veĂculos conectados sĂŁo um “must have”. Ou seja, Ă© um item obrigatĂłrio.
Comboios de caminhões conectados
Os caminhões conectados nĂŁo apenas se comunicando com os sistemas de back office, como tambĂ©m compartilham dados entre si, tipo P2P. Estas máquinas de transportes conectadas evoluĂram para se formar grandes comboios, onde os carros que ficam atrás na formação sĂŁo capazes de seguir automaticamente e de perto um veĂculo principal. Tal como uma locomotiva.
Os comboios conectados estĂŁo despertando muito interesse porque apresentam incrĂveis economias de custos. Aliás, os motoristas podem descansar em veĂculos semi-autĂ´nomos, o que pode aumentar sua produtividade e condições de bem-estar. AlĂ©m disso, os comboios sĂŁo muito mais seguros. Por exemplo, a Daimler Trucks reduziu a taxa de resposta de um segundo de motoristas humanos para cerca de 0,2 ou 0,3 segundos para caminhões conectados. A comunicação de veĂculo a veĂculo, baseada em WiFi (V2V), controle de cruzeiro adaptativo, assistĂŞncia de partida de pista e assistĂŞncia de freio ativo, introduziu um novo nĂvel de segurança.
Caminhões semi-autĂ´nomos trafegando em em formação já Ă© comum serem vistos nas estradas da Europa. A prĂłpria Daimler anunciou que recebeu permissĂŁo para testar Truck Platooning no Oregon. Em abril passado, outras cinco marcas, alĂ©m de Daimler-DAF Trucks, Iveco, MAN Truck & Bus, Scania e Volvo Group, levaram caminhões semi-automáticos em comboios em estradas pĂşblicas de várias cidades europĂ©ias para a Holanda. A Tesla, que Ă© lĂder no desenvolvimento de tecnologia de auto-condução para seus carros de luxo, está desenvolvendo um semi-caminhĂŁo elĂ©trico autĂ´nomo e que se move em comboios. A Scania tambĂ©m está testando o platooning em Singapura e a Volvo está conduzindo o mesmo conceito na Europa.
Caminhões conectados alimentados por dados
Um dos mais sérios desafios a se enfrentar antes que caminhões conectados possam atingir a rodovia é encontrar formas de compartilhar de forma eficiente e segura todos os dados necessários. Existem vários tipos diferentes de dispositivos, sensores, controladores e aplicativos que precisam conversar entre si e compartilhar dados de forma transparente. Todos esses dados podem ser usados não só para tornar os caminhões mais seguros e confiáveis, mas também para melhorar o atendimento ao cliente.
Agora, tendo-se em conta que os caminhões conectados tambĂ©m podem fazer parte de um comboio, toda essa informação pode precisar ser referenciada e compartilhada entre os caminhões no mesmo grupo. No mĂnimo, a temperatura, a umidade, o vento, a taxa de aceleração e a travagem precisam ser monitorados e transmitidos em tempo real. Saber a localização de um veĂculo, ou quando a porta traseira do caminhĂŁo está aberta, precisa ser monitorada para ver se ele está fora de curso ou se houve um acesso nĂŁo autorizado, por exemplo. A umidade e temperatura precisam ser rastreadas para proteger cargas sensĂveis ou perecĂveis. Para ampliar a vida do equipamento e prevenir acidentes, os consoles de caminhões precisam compartilhar diagnĂłsticos e registros de serviço.
Muitos condutores também são responsáveis por verificar o inventário nas lojas e por fazer pedidos. Para verificar o status financeiro do cliente e a disponibilidade do produto, bem como processar faturas, estes motoristas precisam acessar a bancos de dados no back office a partir de dispositivos móveis e consoles. Adicionalmente, a coleta e o processamento desses dados também precisam ser protegidos. É essencial incluir proteções para evitar que a perda de dados e ou acessos não autorizados, acidentes, erros de direção e/ou outros tipos de ocorrências.
Em resposta a todas as demandas de gerenciamento e proteção de dados, os gerentes de frotas começaram a avançar para o uso de plataformas de integração mais abrangentes e que permitem o compartilhamento de informações entre condutores, veĂculos e toda a rede logĂstica.
Frequentemente, diferentes componentes de software e hardware falam diferentes idiomas, o que significa que integrar os sistemas pode ser um desafio. Com o aumento da quantidade de dados, o custo das comunicações e a necessidade de ajustar os fluxos de informações para maior eficiĂŞncia, o middleware pode ser uma opção para assegurar um fluxo contĂnuo de informações. Dados bem gerenciados tambĂ©m sĂŁo necessários para garantir que as empresas possam documentar conformidades e ter flexibilidade para reagir rapidamente Ă s futuras mudanças nos regulamentos. O Middleware tambĂ©m pode fotalecer o gerenciamento de frotas, permitindo que os dados sejam manipulados de forma segura e fornecendo escalabilidade elástica para gerenciar grandes volumes de dados.
Os caminhões conectados não serão a onda do futuro: eles já estão aqui! O imperativo gerenciamento de dados, de maneira segura e confiável, é ainda mais importante quando caminhões semi-autônomos fazendo parte de um comboio autônomo. Encontrar maneiras econômicas e confiáveis de coletar, compartilhar e analisar dados eficientemente ajudará a superar um grande obstáculo para a colocação de caminhões autônomos na estrada, especialmente quando eles fazem parte de um comboio.
Artigo de Javier Jiménez, Presidente da Magic Software Enterprises Americas
1 comentário
Quero ver estas tecnologias de caminhoes autônomos aqui no corredor da soja no Pará e nas rodovias do mato grosso