Caminhões bicudos voltarão a ser produzidos

Parece piadinha de 1º de Abril, mas é verdade. A União Europeia aprovou na última semana o parecer final sobre a autorização na modificação do comprimento dos caminhões, o que irá trazer de volta às rodovias os caminhões bicudos.

Esses veículos, muito adorados pelos caminhoneiros, deixaram de ser produzidos por quase todas as montadoras nos anos de 2005 e 2006, devido à uma série de mudanças nas legislações dos países onde eram vendidos, que passaram a limitar o comprimento total do veículo. Desde então, praticamente todos os caminhões fabricados tem cabines avançadas (cara-chata) para maximizar o aproveitamento do veículo para carga.

Graças a diversos estudos, o Parlamento Europeu decidiu que os caminhões com a frente mais longa podem voltar a serem produzidos. Mas não serão tão bicudos como antes. A medida visa a aerodinâmica, reduzindo o consumo e a emissão de poluentes, e também a segurança do caminhoneiro, mas o bico não será longo como antigamente.

A nova resolução permite um aumento do comprimento total dos caminhões em 90 centímetros, o que deve dar aos caminhões uma frente pequena em relação ao tamanho total do veículo. A mudança de comprimento também irá permitir a adoção de novas medidas de entre-eixos, melhorando a distribuição de peso dos veículos.

A mudança obriga os fabricantes à construírem cabines maiores, e não permite a mudança no comprimento do espaço para o implemento. Os caminhões também terão que obedecer à uma série de outros critérios, como manter o mesmo raio de giro dos modelos atuais.

A expectativa é de uma redução média no consumo de mais de 5%, com uma redução equivalente na emissão de dióxido de carbono.

Além da questão ambiental, outro ponto que influenciou muito essa mudança foi a segurança. Os caminhões estão envolvidos em mais de 15% dos acidentes fatais na Europa, mesmo representando apenas 2% do total de veículos circulando. Todos os anos são mais de 4 mil mortos em acidentes envolvendo caminhões no continente.

Os novos veículos poderão começar a serem vendidos a partir do ano que vem. Porém o desenvolvimento completo de um novo veículo, tão diferenciado, pode levar mais tempo do que isso.