TEM UM AXOR NO MEU PORTÃO

Abri a porta, cheguei ao portão
Distraído olhando de lado.
Tive grande surpresa e agitação.
Tinha um Mercedes Axor ali parado.

Fiquei ali paralisado e estático,
Olhando aquele belo caminhão.
Mercedes Benz potente e fantástico.
Meu vizinho tinha uma flanela na mão.

No cavalo mecânico dava polimento
Para deixá-lo mais bonito e reluzente.
Acenou para mim nesse momento.
Demonstrava satisfação, estava contente.

SaÍ de meu estado de letargia,
Atravessei a rua fui até o caminhão.
O proprietário não acreditou no que via.
Entrei a bordo e assumi a direção.

Dei partida e sai com o cavalo.
Que delícia, dirigi-lo, uma emoção.
Pelas estradas brasileiras iria cavalga-lo.
Deixei o vizinho atônito com a flanela na mão.

Parti sem pensar o que tinha feito.
De loucura certamente tivera arroubo.
Eu ao volante me sentia um bom sujeito.
Nem pensava que seria acusado de roubo.

Viajei pelo Brasil puxando de tudo.
Encarei a estrada, vida difícil e dura.
Mas a bordo desse Mercedes parrudo
Saía de uma e entrava noutra aventura.

Rodando a bordo do Mercedes Benz.
Me sentia realizado carreteiro.
Viajando muito como se convém.
Conheci quase todo território brasileiro.

Pela pista com o caminhão da moda
andando pelas estradas do País.
Meu escritório estava sobre rodas.
Dos homens, era o mais feliz.

De repente outra carreta na contramão,
Colidiria com o Mercedes Axor em cheio.
No exato momento daquela colisão
acordei de meu desvairado devaneio.

Estava ali parado no portão
olhando o vizinho encerar o bruto.
Eu tinha sonhado, tido alucinação.
De meu desejo de viajar era fruto.

Após respirar fundo e me recompor
Acenei para o vizinho do outro lado da rua
Ele sorria cuidando do Mercedes Benz Axor.
Certamente era sincera a felicidade sua.

Em pensamentos cometi ato falho.
Estava envergonhado, era notório.
Sai para a rua em direção ao trabalho.
Fechado entre quatro paredes no escritório.

Roberto Dias Alvares