Se houvessem opções, empresas deixariam de usar caminhões para o transporte de cargas
A maioria da empresas que responderam uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada no último dia 18 de outubro, disseram que usariam o transporte por outras vias, deixando as rodovias de lado, se houvessem opções.
Para grande parte das empresas, a maioria das cargas deveriam percorrer as grandes distâncias no Brasil embarcadas em trens. Mas o estado das ferrovias impede a troca. A pesquisa mostra que apenas 8% das indústrias transportam a produção por trilhos. Desse total, 63% consideram o sistema ferroviário regular, ruim ou péssimo. Somente 31% dizem ser bom ou ótimo.
Desconsiderando a opção das ferrovias, quase todas as empresas usam os caminhões para o transporte de cargas (99%). Eventualmente, são usados os modais aéreo (46%) e portuário (45%), a navegação de cabotagem (13%) e hidrovias (12%).
Para essas empresas, o maior gargalo, que afeta o crescimento e investimentos, é o transporte. A CNI estima que seriam necessários investimentos anuais de 2% do PIB para modernizar a estrutura logística do país e torná-la adequada tanto ao escoamento interno de cargas, quanto às exportações e importações.
As empresas também destacaram que a possibilidade de troca do modal rodoviário por outros seria a redução de custos e a maior agilidade nas entregas. 84% dos empresários entrevistados dizem que os custos de transporte e logística são muito altos.
Apesar do desejo de migrar para o modal ferroviário, as indústrias consideram o estado das rodovias como o maior problema atual no transporte de cargas. A infraestrutura das estradas foi citada por 67% dos entrevistados como o principal gargalo logístico.