DeArco 1949 – O curioso caminhão de transporte de automóveis
Nos Estados Unidos, os anos de 1940 e 1950 viram muitas novas leis de transporte surgirem, e muitos estados tinham legislações próprias sobre os veículos de carga. É o caso de Illinois, que levava as restrições de comprimento muito a sério.
Nesse estado, só poderiam circular caminhões com comprimento de até 35 pés no total, considerando para-choque a para-choque. Dentro desses pouco mais de dez metros, os transportadores precisavam ser criativos para maximizar a carga transportada.
O maior problema estava no transporte de cargas maiores, como automóveis, que não ofereciam muita flexibilidade. Para atender essa demanda, algumas empresas criaram seus próprios transportadores, aumentando a carga transportada em quase 70%.
Isso porque os caminhões normais transportavam três carros, e os caminhões modificados poderiam transportar até cinco.
Um desses projetos curiosos é o DeArco, fabricado em 1949 pela empresa Arco Auto Carriers, de Chicago. A empresa tentou patentear a criação, que consistia em um caminhão Ford F8 completamente modificado, com a cabine colocada bastante elevada, sobre o motor.
O capô do primeiro automóvel transportado ficava sobre o motor, e outros se colocavam logo atrás, em um engenhoso sistema de carregamento.
O caminhão mantinha rodas dianteiras no diâmetro original, e as traseiras eram menores, aumentando o espaço para a carga. O motor era o Ford V8 Flathead, com uma potência de 145 cavalos, e a transmissão tinha cinco marchas, com redução no eixo traseiro.
Depois de pronto, o caminhão começou a realizar entregas de automóveis, mas os caminhoneiros logo começaram a reclamar da visibilidade, muito prejudicada pela altura da cabine.
Por isso, a empresa modificou a carroceria, alargando a cabine, e instalando mais para-brisas e janelas laterais. Apesar de manter muitos detalhes do caminhão Ford original, o DeArco trazia peças de outros veículos, como a grade dianteira, doada por um carro Nash.
Apesar de prático, o caminhão não teve mais unidades construídas, e a patente requerida pela empresa só saiu em 1956, quando esse tipo de transporte já não era mais necessário, porque as legislações de comprimento já haviam sido afrouxadas.