Australiano transforma caminhão cabine simples em um modelo futurista
Um caminhoneiro australiano chamado John Horswell adquiriu, em 1986, um caminhão Ford Louisville LNT9000, modelo americano na versão australiana, já com mais de um milhão de quilômetros rodados. O modelo tinha cabine simples e não se adequava ao trabalho de transporte de cimento de longa distância do Sr. Horswell. Então, por que ele escolheu esse caminhão? Não se tratava apenas de um veículo barato, mas também porque ele tinha planos futuros de reconstruir a cabine e transformá-lo no caminhão perfeito para longas distâncias.
Ele começou a inventar o caminhão em 1987, um ano após a compra. Primeiramente se dedicou ao design da cabine e para isso analisou os caminhões disponíveis no mercado da época, anotando os pontos fortes e fracos de cada um. A partir daí iniciaram os esboços e o conceito começou a tomar forma. Durante o dia trabalhava atrás do volante e a noite montava seu novo caminhão. Além disso, seus amigos não lhe deram apoio. Ele conta que se ganhasse um dólar para cada vez que o chamassem de louco, ele provavelmente teria dinheiro suficiente para comprar um caminhão novinho. Em fevereiro de 1988 ficou pronto, e um caminhão verdadeiramente único partiu para as estradas australianas.
Como o próprio John lembrou, o aparecimento do veículo nas estradas deixou os outros motoristas espantados. E não é para menos, pois no final dos anos 80 apenas os caminhões dos filmes de ficção científica tinham um desenho semelhante. Ele mudou completamente o design da cabine, enquanto o Ford tinha um capô típico americano, o do novo modelo estava mais no centro do veículo, com a cabine mais alta. A frente caia em um ângulo grande com janelas inclinadas para trás, quase que em linha reta. Horswell usou faróis e grade frontal de carro de passeio.
O projeto tinha aspectos práticos também, pois a aerodinâmica reduzia o consumo de combustível em até 10% comparado com o Ford original. Além disso, Horswell afirma que o design da cabine, fabricada em fibra de vidro, melhorou o resfriamento do motor.
As coisas por dentro também ficaram interessantes. Em primeiro lugar, o Sr. Horswell aumentou o painel adicionando novos medidores que monitoram com precisão a operação do veículo. Além disso, mudança do capô horizontal melhorou a visibilidade. Ele também cuidou do conforto de direção, pois enquanto no Ford padrão a cabine era simplesmente parafusada ao chassi, aqui era suspensa por molas do caminhão japonês Hino.
Agora a cabine tinha passado a ser leito, com espaço para dormir e teto envidraçado (que veio da cabine Aerodyne, fabricada pela Kenworth). Assim, o motorista tinha espaço suficiente para poder ficar de pé. Como se não bastasse, ainda havia um pequeno chuveiro com 60 litros de água aquecida pelo calor do motor. O motor era um Cummins de 415 cavalos combinado com uma caixa de câmbio Fuller de 15 marchas vinda diretamente do Ford original.
Hoje é difícil imaginar que qualquer caminhoneiro empreenderia um projeto semelhante. O Sr. Horswell mencionou que logo após a conclusão de seu projeto, descobriu alguns problemas com as saias laterais e com o motor que acabou sofrendo um sério problema. Apesar disso, o caminhão trabalhou por muito tempo, sempre despertando grande curiosidade por onde passava. Infelizmente não se sabe o que aconteceu com ele, somente que foi repintado como na imagem abaixo.