“Bacalhau”, um veículo futurista único criado na década de 1950
Em 1952 apareceu circulando pelas estradas europeias um caminhão furgão muito diferente da Pegaso, tradicional fabricante de caminhões da Espanha e batizado pelos próprios funcionários da montadora como “Bacalhau” devido ao seu formato. Obviamente dividiu opiniões sobre o design, e apesar de ser um caminhão, na verdade era uma van/furgão, pois a cabine era um volume único com a área de carga.
O Z-902, nome oficial do Bacalhau, media 11 metros de compimento, por 3,50 de altura e 2,5 de largura. A Pegaso utilizou como base o ônibus Z-401 e ele poderia transportar dois carros Pegaso Z-102, que a marca utilizou na prova de 24 Horas de Le Mans. Ao que tudo indica, apenas uma unidade foi construída.
Uma das primeiras imagens do veículo data da sua apresentação em 1953. Em termos mecânicos, era inicialmente movido por um motor a gasolina de 145 cavalos que foi substituído quase de imediato por um motor Pegaso de 6 cilindros e 140 cavalos de potência. Em sua placa estava escrito “primeiro semestre de 1953” seguido da identificação: B-104527. Por dentro, algo muito marcante para a época era a posição de dirigir, que ficava centralizada, logo acima do motor. Graças a isso e ao grande para-brisa de praticamente 180 graus, tinha uma excelente visibilidade, semelhante à de um avião comercial da época.
Depois da sua apresentação, o Bacalhau teve uma nova pintura, que apesar das fotos não demonstrarem, era branca e dois tons de azul. Além disso, as letras do emblema Pegaso ficaram nas laterais. Nesse mesmo ano de 1953, quando reformulado, ele foi escolhido para o transporte e assistência de dois carros Z-102 que participaram nos treinos livres da 24 Horas de Le Mans.
Já na década de 1960, ele se tornou uma estrela em eventos esportivos na Europa. Todo mundo conhecia o famoso Bacalhau. Em 1964 foi reformado mais uma veze, com novo esquema de cores, novos retrovisores e um novo conjunto ótico. E continuava a fazer aparições em eventos automotivos pela Espanha e Itália.
Chegando à década de 1970, o “Pegaso Bacalao” já tinha trabalhado muito e sua carroceria começou a se deteriorar, e provavelmente sua mecânica também. Não se sabe exatamente quantos quilômetros ele chegou a percorrer, mas acredita-se que ultrapassou um milhão. A imagem que abre esse artigo é uma projeção de como era o modelo, pois diferente de muitos veículos que escrevo, esse não teve um final feliz. Ele ficou por muito tempo estacionado na antiga fábrica da Pegaso, em Sagrera, até virar sucata. Uma pena, pois era um veículo único com uma história incrível de anos servindo, além de possuir vários fãs espalhados pela Europa, principalmente na Espanha. Restaram apenas as fotos e miniaturas para que saudosistas e entusiastas possam sentir um gosto do que foi esse veículo.
* Com informações do portal En Transporte.
Uma lástima, não terem conservado o exemplar . Teria valor inestimável histórico,dentro do automobilismo. Incrível europeus cometerem esse descaso …