Roberto Dias Alvares‏Z-Colunas

HISTÓRIA DA ESTRADA – SUPERAÇÃO DE UM CAMINHONEIRO

Após minha aposentadoria.
Não iria ficar sem trabalhar.
Decidi fazer aquilo que queria.
Minha missão seria transportar.

Financiei um cavalo moderno.
Para pegar frete sem restrição.
A bordo muito conforto interno.
Estradeiro de última geração.

Um Volkswagen Meteor trucado.
Seis por quatro na sua tração.
Nele qualquer carregamento levado.
No transporte cumpre bem a missão.

Saí a bordo do Volkswagen Meteor.
Estradeiro novo é fácil de dirigir.
Debaixo da cabina, motor, o melhor.
Com carga plena, é ligar e partir.

O que senti de sair do trabalho anterior.
Era a companhia de uma mulher pequena.
Mesmo casado, por ela senti tanto amor.
Personalidade forte, aparência serena.

Mesmo indo para a estrada.
Não perdi com ela o contato.
Mulher por mim tão desejada.
Não seria minha isso era fato.

Era homem bem casado.
E isso pesava na conta.
Pela menina, encantado.
Desejá-la parecia afronta.

Negociei transporte para Curitiba.
Indo e voltando com baú carregado.
Puxando balas na volta e móveis na ida.
Conseguia receber pagamento dobrado.

O combustível, um roubo de tão caro.
Também era extorquido a cada pedágio.
Risco de ser assaltado não era raro.
Para trabalhar honestamente pagava ágio.

Apesar de toda dificuldade.
Dirigir o Volkswagen Meteor dava prazer.
Andando em média velocidade.
Ao volante, sentia alegria em viver.

Enquanto dirigia, pensava nela.
Sendo casado, era errado esse sentimento.
A menina era tão maravilhosa, tão bela.
Não conseguia tira-la do pensamento.

Conversávamos por telefone e mensagem.
Sempre mantendo cordialidade e respeito.
Eu na estrada, a bordo do cavalo Volkswagen.
Imaginava ela comigo dividindo a cabine-leito.

No meu caminhão fantástico.
Conseguia pagar o financiamento.
No leva-e-traz nunca ficava estático.
Era descarregar e esperar o carregamento.

Em uma reta, chegando a Ponta Grossa.
Ao longe um carro com capô aberto.
Trazendo bala, que a vida sempre adoça.
Veículo com defeito isso era certo.

Uma jovem ao lado do automóvel.
Era ela, reconheci à distância.
Ajudá-la, atitude sincera e louvável.
De revê-la tinha verdadeira ânsia.

Parei a imensa carreta logo à frente.
Acredito que ela ficou assustada.
Ao me ver ficou bem contente.
Estava sozinha em região isolada.

O socorro demorando a chegar.
Disse que esperaria com ela.
A menina agradeceu sem parar.
Era tão bom estar ao lado dela.

Finalmente chegou o caminhão guincho.
Levaria o carro para o conserto.
No pasto ao lado, cavalo deu um relincho.
Rimos apesar da situação de aperto.

Ofereci para leva-la ao destino.
Lá, um carro seria alugado.
Senti-me como um menino.
Como era bom tê-la a meu lado.

O Volkswagen Meteor rodando macio.
Parecia flutuar pela pista.
Cruzando ponte sobre imenso rio.
Vivia alegria poucas vezes vista.

Conversamos como a muito não fazíamos.
A viagem ficou bem mais agradável.
De relembrar coisas do passado, ríamos.
Procurava ser com ela muito amável.

Havia a bordo clima de romance.
A cama-leito era tão convidativa.
A menina que amava, ali ao meu alcance.
Sentia minha virilidade tão viva.

Ela me olhou com tanta ternura.
Eu tinha por ela amor e paixão.
Ela era sensualidade pura.
Transbordava sentimento no caminhão.

Estava a ponto de ceder à tentação.
O perfume dela incensava o interior.
Pensei em parar o caminhão.
O corpo pedia para com ela fazer amor.

O celular tocou nesse momento.
Minha esposa querendo saber de mim.
Tínhamos um pelo outro nobre sentimento.
Se ela descobrisse a traição seria o fim.

Ao desligar o aparelho telefônico.
Deixei que falasse mais alto a razão.
Disse que a amava, isso parecia irônico.
Mas não podia viver com ela uma paixão.

Seria com ela e com minha esposa injusto.
Não poderia dar-lhe o amor merecido.
Separação, dor e sofrimento seria o custo.
Por mais que quisesse, não poderia ser seu marido.

Ela entendeu meu ponto de vista.
Não aceitaria ter meu amor pela metade.
Relacionamento a três, uma salada mista.
Seria viver relação de mentira e falsidade.

Deixei a carga e a levei até o destino.
Ajudei a desembarcar sua bagagem.
Alma tranquila, o coração em desatino.
Triste por tê-la deixado, segui viagem.

A bordo do Volkswagen Meteor.
Retornei aos braços de minha amada.
Minha atitude doeu, mas foi a melhor.
Ao lado da esposa seguiria a jornada.

Dirigindo esse cavalo mecânico.
Ganhei dinheiro e muita alegria.
Será lembrado como caminhão icônico.
Com ele, sou respeitado na rodovia.

AUTOR: Roberto Dias Alvares

Rafael Brusque - Blog do Caminhoneiro

Nascido e criado na margem de uma importante rodovia paranaense, apaixonado por caminhões e por tudo movido a diesel.

One thought on “HISTÓRIA DA ESTRADA – SUPERAÇÃO DE UM CAMINHONEIRO

  • ROBERTO DIAS ALVARES

    Estrada, amor e paixão nessa história da estrada. Apreciem

    Resposta

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