O estilo é livre! [personalização de caminhões]

Desde quando o transporte rodoviário começou a se difundir no Brasil, e os caminhões começaram a ganhar bastante espaço no cenário nacional nossos motoristas brasileiros já “qualificavam” seus brutos para os deixar mais parecidos com o dono, cada um com seu estilo e personalidade, e hoje em dia a história não é nem um pouco diferente.

Antigamente predominavam os detalhes cromados, os “mata-cachorros”, quebra sol da Bepo quadradão, cornetas sob a cabine e calotas que cobriam toda a roda eram os acessórios mais utilizados pelos caminhoneiros que rodavam pelo Brasil nos anos 60 e 70. Hoje uma antena “Maria-mole” arqueada na dianteira, película no vidro, uma ponteira de descarga que acompanha o tanque de combustível, roda dianteira na cor preta são um dos acessórios que caracterizam os caminhoneiros da nova geração.

Venho neste post mostrar um pouco sobre a personalização de caminhões no Brasil e alguns estilos em particular.

Eu sempre gostei de caminhões personalizados, porém parece que quanto mais velho fui ficando, de menos acessórios no caminhão eu gostava. No começo eu queria que o meu pai colocasse 1001 calotas no caminhão, pintasse tudo nele da mesma cor da cabine, a única coisa que ele fez foi pintar os tanques, retrovisores e o perfil faz rodas, que na época pra mim foi maravilhoso. Hoje prefiro algo que respeite muito mais as origens, cores originais, peças originais, e pra dar o charme final, as rodas de alumínio.

Hoje quem viaja pelo Brasil, principalmente pelo sul, vê muitos caminhões personalizados e de vários estilos. São alguns deles os extreme, grafitados, conservadores, estilo verdura, entre outros. Vamos falar um pouco de alguns deles.

• Extreme:

Como o próprio nome já diz, é um estilização extrema, onde você muda praticamente tudo no caminhão, rodas, suspensão, cor…E muitas vezes pinturas personalizadas que mais parecem ser obras de arte. É o estilo que exige mais “poder aquisitivo” do proprietário.(não é um estilo muito difundido no Brasil).

• Grafitados:

São quase iguais os Extreme, porém não tem mudanças na lataria do caminhão, e sempre tem um grafite na sua cabine, verdadeiras obras de arte sobre rodas. Pinturas personalizadas nunca foram baratas, então o valor desta estilização é também um pouco elevado, se for de boa qualidade, claro. (Os primeiros que vi assim eram dos caçambeiros de São Paulo, hoje em dia o Grupo Máfia é composto principalmente por caminhões grafitados, e muitos agregados ás empresas de cegonha tem caminhões assim).

• Conservadores:

O Estilo conservadores, como o próprio nome sugere, é um estilo onde as origens do caminhão são mantidas, pinturas diferentes, peça de outro caminhão, são praticamente banidas neste estilo. O que se vê é a adição de rodas de alumínio, tanques cromados (da marca) e uma pequena (ou grande) alteração na suspensão para dar um ar de requinte no veiculo. É ume estilo bem valorizado justamente por não alterar o caminhão, e vai muito mais do cuidado do dono do que o próprio bolso.

• Estilo “verdura”:

Peguei esse nome do famoso DJ Wagner, quando ele mostrava um caminhão semelhante ao da imagem. Esse estilo bem difundido pelos verdureiros, ou motoristas da BR 153, e tem como obrigatoriedade a suspensão traseira mais alta possível, rodas pretas com as capas das porcas cromadas, escapamento direto, lameira (ou badana) enorme, canos de rodoar de 1,5m entre outros detalhes. É um estilo relativamente barato, pintar rodas, arquear molas e capas de porca são acessórios baratos. (Diga se de passagem que o pessoal de Anapolis-GO ama esse estilo e a Neubinho transportes entre outras transportadoras usam esse estilo como padrão).

A personalização de caminhões, ao contrario do que muita gente pensa, é uma vantagem (quando não altera radicalmente a originalidade do caminhão, claro) porque um motorista que personaliza seu caminhão é sempre mais cuidadoso, tem mais amor a profissão e tem orgulho do que faz, na grande maioria das vezes.

E para nos amantes dos caminhões é mais um sinal de que não olhamos caminhão apenas como uma ferramenta de trabalho e para se obter lucros.

H. David.