Insegurança nas estradas
A falta de segurança nas estradas do Brasil é um problema crônico. O país sofre com os altos custos de transporte, pois o transportador precisa ter vários dispositivos de segurança no caminhão, como rastreadores, além de, dependendo da carga, se utilizar de escolta armada.
Mesmo com toda a segurança empregada no transporte, o medo dos motoristas cresce a medida que a audácia dos criminosos avança pelo asfalto. A cada dia um novo tipo de crime surge nas estradas, e roubos de cargas e de caminhões para desmanche e até para troca por drogas em países vizinhos só aumenta.
Nos últimos meses temos visto um novo tipo de crime crescente, o roubo de pneus de caminhões. Carretas carregadas, bitrens, rodotrens e até caminhões novos recém saídos das fábricas viraram alvos dos bandidos, que roubam todos os pneus dos veículos, e dão um prejuízo aos transportadores que pode passar de R$ 80 mil.
Uma carreta rodotrem engatada em um cavalo-mecânico 6×4 tem 34 pneus rodando e mais os estepes. Fazendo uma conta rápida, o custo de cada pneu é de cerca de R$ 1.600,00, e cada roda de aço custa R$ 400,00, ou seja, são R$ 2.000,00 por roda, chegando aos R$ 80.000,00 mil. Se forem rodas de alumínio, que podem custar até R$ 1.000,00 cada uma, o prejuízo fica ainda maior. Além do prejuízo das rodas e pneus, o motorista é forçado a entregar pertences pessoais e dinheiro, além de sofrer ameaças e levar o trauma e o medo consigo por muito tempo.
A polícia tenta coibir esse tipo de crime, que ocorrem com mais frequência nas regiões nordeste e sudeste do país, mas diz que é um trabalho difícil, já que esses crimes são cometidos por quadrilhas altamente especializadas. “Infelizmente este tipo de crime está se tornando cada vez mais comum, em alguns casos prendemos os autores. Eles aproveitam da fragilidade dos motoristas, que cansados, optam por parar em locais não seguros”, disse a policial rodoviária federal Silvana dos Anjos, de Minas Gerais.
O trabalho de retirada das rodas dos caminhões pode durar até quatro horas. Por isso, depois da abordagem, os motoristas são obrigados a dirigir até locais de pouco movimento, como estradas rurais e terrenos baldios, longe das cidades e de difícil localização pela força policial. “Pela forma como esse tipo crime é cometido é possível afirmar que sejam quadrilhas especializadas. Para levar os 32 pneus é preciso uma carreta ou caminhão baú, além disso, os objetos são pesados, acredito que há participação de pelos menos dois veículos e seis pessoas.” disse a policial.
A policia, em trabalhos de investigação, chega a prender algumas pessoas e recuperar as rodas e pneus, mas com dificuldades, visto que esse material tem muito giro e é fácil de ser vendido. Os preços abaixo dos praticados pelo mercado encorajam frotistas e autônomos a adquirir esses produtos, muitas vezes sem saber que são produtos de roubos.
Como forma de prevenir tal forma de crimes o motorista deve parar em locais mais seguros, sem fama de roubos e assaltos, e, caso seja abordado pelos bandidos, que se adaptam e mudam rapidamente de lugar, pede-se que não reaja, faça tudo o que for mandado, para preservar o bem mais precioso de todos, que é a própria vida. Além disso, quando receber uma oferta de pneus ou rodas com valores abaixo dos praticados no mercado, DESCONFIE, esse artigo pode ter origem em um assalto, e um irmão da estrada sofreu ou até morreu por causa desses pneus. Em caso de dúvida, chame a polícia.
Texto: Rafael Brusque Toporowicz Blog do Caminhoneiro