Na última sexta-feira, o Blog do Caminhoneiro esteve em Curitiba para conhecer todos os processos de fabricação Volvo, de onde saem alguns dos mais cobiçados caminhões do mercado nacional.
Ao chegar à fábrica, mesmo na portaria, o visual é algo impressionante. São quase 3 mil funcionários, que montam caminhões em um ritmo alucinante. Somente na linha F, de onde saem FH, FM e FMX, a cada 18 minutos um caminhão novo ganha vida. E é nesse mesmo ritmo frenético que chegam os componentes e as máquinas das linhas de montagem trabalham.
O Blog do Caminhoneiro e outros blogueiros estiveram presentes durante a visita feita por clientes da marca, gerando um grande envolvimento entre a Volvo e seus clientes, que mais do que comprar um caminhĂŁo, conhecem o processo e tem toda a assistĂŞncia antes e depois da compra.
Dentro da fábrica existem diversas subdivisões, onde são produzidos componentes e peças inteiras, até se chegar ao produto final. A primeira parte é composta pela parte de usinagem e montagem dos blocos de motor, que chegam em estado bruto até a Volvo e recebem todo o tratamento, e seguindo pela linha vão recebendo seus componentes internos e externos em um ritmo quase orgânico. Seguindo a linha de montagem é como se o motor crescesse de um bloco cru de metal até um coração que acelera. No final da linha os motores passam pela pintura em uma estufa e recebem a famosa cor verde Volvo. Por amostragem, alguns motores são testados rigorosamente, e seguem para receber o restante do trem de força.
Em outra linha de montagem ao lado são feitas as caixas de câmbio I-Shift, que equipam cerca de 95% dos caminhões pesados da marca. Esta linha segue uma rotina parecida com a linha de motores, e no final, os câmbio também são testados à exaustão. Finalmente as duas partes são montadas e enviadas a linha de montagem final.
Outra linha de montagem impressionante Ă© a de cabines. Chapas cruas de aço sĂŁo unidas impecavelmente por robĂ´s, que parecem seguir movimento humanos, inclusive trocando as ferramentas que usam. A montagem das chapas de aço que formam a estrutura da cabine Ă© algo que precisa ser feito com a maior qualidade e perfeição possĂveis. Por isso Ă© a linha dentro da fábrica que mais tem robĂ´s, que conseguem manter a geometria perfeita de cada peça em seu lugar, alĂ©m de manter um padrĂŁo perfeito de soldagem e vedação das peças.
Dentro desse setor de montagem de cabines existe um centro de testes em três dimensões que avalia a qualidade da montagem das cabines. Se qualquer peça estiver errada, toda a cabine pode ser descartada, porém os erros são tão incomuns que tal extremo nunca aconteceu.
Depois de montadas essas peças, cabine e chassis entram nas linhas de montagem final. A linha de montagem mantĂ©m um padrĂŁo em “M”, onde em cada perna do M entra uma parte e no meio sai o caminhĂŁo montado. Os chassis, fabricados pela Metalsa, sĂŁo trazidos em carretas e descarregados na hora da montagem. No decorrer da linha recebem eixos e suspensĂŁo, motor e câmbio e finalmente itens de acabamento, como para-choques. Do outro lado as cabines sĂŁo montadas e recebem todos os componentes internos e externos, como bancos, painel de instrumentos e forrações. No final da linha a cabine e chassi sĂŁo unidos e recebem os detalhes faltantes para finalmente o motor poder roncar.
Depois de prontos, os caminhões sĂŁo levados Ă uma pista de testes e percorrem o trajeto onde se avalia ruĂdos internos, suspensĂŁo, freios e etc. TambĂ©m passam por testes de vedação à água e finalmente estĂŁo prontos para venda. Dentro da fábrica principal sĂŁo trĂŞs linhas de montagem que seguem basicamente o mesmo sistema: Linha F, com FH, FM e FMX, linha VM, com caminhões VM e linha de Ă´nibus com motor Frontal, e a linha de Ă´nibus, onde sĂŁo montados todos os outros modelos de chassis para Ă´nibus.
No texto, parece que tudo acontece de forma simples, mas existe uma complexa logĂstica para que tudo ocorra de acordo com o planejamento das linhas de montagem, visto que todos os modelos sĂŁo produzidos no sistema Just-in-Time, sem acumulo de estoque de peças.
Depois de conhecer cada processo, fomos levados Ă Â conhecer outras áreas dentro da fábrica, como a Casa do Cliente Volvo, um espaço construĂdo recentemente dentro do complexo da fábrica, que possuĂ amplo espaço destinado Ă realização de eventos para clientes.
Centro cultural
Ainda dentro do gigantesco terreno da fábrica, existe um espaço de integração com a comunidade, conhecido como Centro Ambiental Volvo, que foi criado em 2007. Ali são realizadas diversas atividades culturais, ambientais e outras oficinas que auxiliam no desenvolvimento de uma sociedade mais sustentável.
São feitas dentro desse espaço aulas de corte e costura, informática, música, teatro e outros, que recebem cerca de 230 pessoas de comunidades próximas à fábrica.
Test Drive
Ainda durante a visita pudemos fazer um test-drive no poderoso Volvo FH 540, com tração 6×4, em cabine Globetrotter XL. Por mais que a pista de testes seja curta, o caminhĂŁo acelera com força, mantendo uma rotação dentro do adequado, e faz as trocas de marcha sem nenhum solavanco por meio da caixa I-Shift.
Foram duas voltas na pista, inclusive passando por um trecho para teste de suspensĂŁo e ruĂdos, alĂ©m de um ponto de manobra, onde o caminhĂŁo se mostrou ágil e silencioso.
A cabine, muito ampla, permite um angulo de visão invejável, com espelhos retrovisores com excelente tamanho e alcance, mas que não atrapalham a visão do motorista. É um caminhão confortável, equipado e muito potente, ideal para as mais variadas opções de transporte.