Finalização da ponte do Abuanã é comemorada por caminhoneiros
Caminhoneiros que circulam entre Rondônia e Acre pela BR-364, comemoraram o fim das obras e liberação do tráfego sobre a ponte do Abuanã, sobre o Rio Madeira. Um dos caminhoneiros é Carlos Alberto Orlandini, que passou pelo trecho no domingo, 09 de maio. As habituais duas horas para ir de uma margem a outra foram resumidas em apenas dois minutos.
“Passei por aquela ponte com o melhor sentimento possível. Venho para cá desde 1979 e, sinceramente, não tinha muita esperança e nem achava que iria passar por cima da ponte. Foi marcante atravessar o Rio Madeira sem depender daquelas balsas. Não tem nem como comparar”, afirmou ele.
O caminhoneiro transporte cargas de farinha de trigo entre o Paraná e o Acre. Dos quase 4 mil quilômetros percorridos para chegar ao destino, a travessia do Rio Madeira em balsas era o trecho responsável pelos maiores transtornos da viagem. Orlandini lembra das dificuldades, que a partir de agora fazem parte do passado, e comemora os benefícios trazidos pela ponte.
“No verão, já cheguei a ficar 24 horas esperando para atravessar a balsa em um lugar que faz muito calor, não tem banheiros em boas condições para se tomar um banho e nem comida boa para nos alimentar. Graças a Deus, nunca mais nenhum caminhoneiro vai passar por esse tipo de humilhação”, declarou.
R$ 250 de economia por viagem
Desde que a BR-364 foi aberta, a passagem de veículos na divisa dos estados era realizada em balsas. O valor pago chegava a até R$ 290,00. No caso do caminhoneiro Alan Ferreira, a economia será de R$ 250 por viagem, de ida e volta, entre as capitais acreana e rondoniense.
“Esse dinheiro já faz uma diferença enorme e poderemos utilizar de outra maneira. Pode não parecer um valor muito alto, mas imagina esse valor ao longo de um ano. A economia será muito grande para todos os caminhoneiros”, explica.
Liberação
O tráfego na ponte foi liberado no último sábado. Estimativas do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) apontam que mais de 2 mil veículos deverão usar a ponte diariamente.
Pela primeira vez, o Acre está ligado ao restante do Brasil por rodovia, e a ponte permite a criação da tão sonhada rota interoceânica.
Além disso, com a aceleração do fluxo do transporte de cargas, deverá ser gerado um grande desenvolvimento socioeconômico da região, que se transforma definitivamente num corredor de exportações e importações pelo Oceano Pacífico.
Rafael Brusque – Blog do Caminhoneiro