Nikola investe em fábrica de produção de hidrogênio
O futuro do setor de transportes, cada vez mais, se mostra distante do diesel. Tecnologias de propulsão elétrica e com células de combustível são as mais promissoras para substituição do combustível fóssil, mas, para serem viáveis, precisam ser baratas e de fácil abastecimento, como acontece com o diesel atualmente.
Por isso, a Nikola Corporation, que desenvolve as duas tecnologias, está investindo US$ 50 milhões na Wabash Valley Resources LLC, para produção de hidrogênio proveniente de fontes limpas e sustentáveis.
De acordo com comunicado de imprensa da Nikola, o projeto da Wabash usa resíduos sólidos, como produtos residuais do refino de petróleo, biomassa e outros, para a produção de hidrogênio, que poderá ser usado nas células de combustível dos caminhões Two e Tree, que estão sendo desenvolvidos pela Nikola.
Além disso, a Wabash também tem um sistema próprio para captura de CO2 da atmosfera, que poderá se tornar o maior do país com o investimento da Nikola.
Futuramente, as empresas planejam a produção de 50 toneladas diárias de hidrogênio, que irão abastecer caminhões em estações de abastecimento num raio de 480 km da fábrica. A Nikola também terá que construir estrutura para liquefação do hidrogênio, para que possa ser usado nos caminhões, além de equipamentos para armazenamento e transporte do combustível.
“Pretendemos, com este projeto, produzir hidrogênio limpo e de baixo custo em uma região crítica para o transporte comercial. A solução da Wabash pode gerar eletricidade e combustível para transporte de cargas, o que deve fornecer a flexibilidade para apoiar as vendas futuras de caminhões e implantação de estações de abastecimento de hidrogênio na região. A eficiência esperada da produção de hidrogênio limpo da empresa deve permitir que o pacote de leasing de caminhões da Nikola, incluindo combustível, serviço e manutenção, concorra favoravelmente com o diesel”, disse Pablo Koziner, da Nikola.
Outra frente da Wabash é a construção de um usina de produção de energia limpa a base de hidrogênio, que irá processar 336 toneladas de hidrogênio diariamente, com a produção de 285 megawatts de energia totalmente limpa. Serão 125 empregos diretos e outros 750 indiretos na região, principalmente na construção da usina. A inauguração deverá ocorrer em 2022.
Os testes com caminhões Nikola a hidrogênio deverão começar em 2022, no Arizona, Estados Unidos, e Ulm, na Alemanha, com a produção inicial prevista para 2023.
Rafael Brusque – Blog do Caminhoneiro