Aposentadorias de caminhoneiros aumentam escassez de mão-de-obra no Canadá
Uma pesquisa publicada recentemente pela Stats Canada mostrou que a idade média dos trabalhadores canadenses é cada vez maior, e o número de aposentadorias em todos os setores cresce mais rápido do que a entrada de novos profissionais no mercado.
O número de idosos, aqueles com mais de 65 anos, cresceu 6 vezes mais que o número de crianças no país, o que mostra que o Canadá sofre um processo acelerado de envelhecimento da população. Os dados apontam que 21,8% dos trabalhadores tem entre 55 e 64 anos no geral, mas no setor de transportes, isso é ainda mais alarmante.
Pelo menos 32% da força de trabalho nos caminhões têm mais de 55 anos, e 6% dos motoristas canadenses têm mais de 65 anos. Como o setor emprega cerca de 4% de todos os canadenses, essa pressão é ainda maior.
Além do número crescente de aposentadorias, se viu um número decrescente de jovens entrando na profissão.
“Embora a demografia, as condições do setor e as questões políticas tenham contribuído para aposentadorias e saídas, o transporte rodoviário, ao mesmo tempo, continuou a ver uma parcela cada vez menor de jovens entrando no setor nas últimas décadas. Combinadas, essas forças estão levando a um abismo demográfico em um dos setores mais importantes da economia. Isso é fundamentalmente insustentável e uma enorme bandeira vermelha para a economia canadense e a cadeia de suprimentos norte-americana”, diz o presidente da Canadian Trucking Alliance (CTA), Stephen Laskowski.
Como o problema não para de aumentar, já se nota um aumento considerável de preços para todo tipo de produto, forçando também a inflação.
Para fechar todas as vagas abertas atualmente, seriam necessários 23 mil novos caminhoneiros. Porém, a CTA estima que o número vá crescer para 55 mil até o final de 2023.
A CTA também enviou ao governo canadense uma série de reivindicações, que podem ajudar a reduzir a escassez de mão-de-obra no setor, como um programa de alívio da burocracia para contratações, financiamento para treinamentos, programa para contratação de motoristas profissionais estrangeiros, que irão operar de forma temporária no país; créditos fiscais para empresas, entre outros.
De todas as formas, esses pedidos podem levar anos para serem devidamente implementados, o que pode criar uma situação que vai ser muito difícil de reverter.
Rafael Brusque – Blog do Caminhoneiro