PowerStar – O bicudão da Iveco
Apesar de terem se tornado uma raridade no mercado europeu e brasileiro, praticamente todas as montadoras ofereciam versões bicudas de seus caminhões na década de 1990. Com a Iveco não foi diferente. No ano de 1999, a montadora passou a oferecer um caminhão bicudo exclusivo, chamado de PowerStar. Nesse texto, você vai conhecer um pouco da história do modelo.
O PowerStar nasceu de um trabalho de engenharia da Iveco Argentina e Iveco Austrália, com a produção iniciada em Ferreyra, na região de Córdova, Argentina. Baseado na plataforma do EuroTech 450E37, recebia praticamente a mesma cabine, com poucas alterações estéticas, e um grande capô, que cobria o motor.
O modelo era produzido para exportação, especialmente para os mercados brasileiro e venezuelano. Para esses mercados, foram produzidas apenas 121 unidades, até o ano de 2005, sendo a grande maioria para o Brasil.
Sucesso mesmo ele fez na Austrália. Produzido desde 1999 em Dandenong, Victoria, o caminhão oferecia uma série de motores e caixas de câmbio diferentes, para poder competir com os modelos norte-americanos.
Entre a oferta estavam os motores Detroit Diesel Series 60, Cummins ISM, ISX e Signature, além dos Caterpillar C12 e C15, com caixas de câmbio Iveco ZF Eurotronic, Eaton RoadRanger e a Eaton Autoshift automatizada.
No Brasil, o caminhão era oferecido com um capô mais inclinado, com a grade ovalada e um conjunto de quatro faróis redondos, se distanciando bastante das linhas do modelo EuroTech. O modelo australiano já contava com outro capô, mais reto, com a grade mais quadrada, apesar de manter os quatro faróis nos paralamas, para poder receber a variedade maior de motores.
Além disso, na Australia o caminhão também poderia ser adquirido com uma cabine maior que a oferecida no Brasil, que foi outra forma de concorrer com os modelos produzidos nos Estados Unidos, como os Kenworth.
Descontinuado no Brasil em 2005, na Australia o caminhão foi atualizado, passando a contar com a nova cabine oferecida na Europa para o Stralis, que tinha mais conforto e melhor acabamento, além de um capô renovado. Apesar disso, houve uma mudança que fez o caminhão “cair no conceito” dos transportadores da terra do canguru.
A Iveco parou de oferecer motores como Caterpillar, Detroit e Cummins, se limitando aos modelos FPT Cursor com a transmissão ZF Iveco EuroTronic II. Somente em 2010 o modelo voltaria a ser oferecido com os motores Cummins ISX como opcional.
Foi nesse ano que o novo caminhão foi premiado como o Caminhão do Ano na Austrália, graças aos novos motores Cummins ISX. O prêmio foi baseado em um teste realizado pela revista Power Torque com um protótipo do Powerstar ISX em uma viagem entre Melbourne a Sydney. Conforto e manobrabilidade aliados à ampla potência do motor são as características fundamentais que selaram seu sucesso.
Para esse modelo, o motor era oferecido com potências de 485, 525 ou 550 cavalos, sempre acoplado às transmissões ZF As-Tronix de 16 marchas.
A produção do modelo seguiu até 2018, quando a Iveco decidiu encerrar sua linha de caminhões bicudos na Austrália. Naquele ano, apenas o modelo Iveco PowerStar 7800 era produzido, com a cabine mais ampla, e motores Cummins ISX de 550 e 600 cavalos, ou Cummins Signature, de 600 cavalos de potência.
Um dos grandes destaques dos modelos PowerStar era o conforto oferecido pela cabine europeia, com excelente nível de acabamento, aliado ao estilo americano, muito apreciado na Austrália, com o capô longo e quadradão.
No Brasil, o valor médio de um PowerStar 450E37, fabricado em 2004, fica na casa dos R$ 105 mil. Na Austrália, o modelo PowerStar 7800, fabricado em 2014, pode ser encontrado por 181.500 Dólares Australianos, ou R$ 650 mil em conversão direta.
Dakar
A Iveco também tem caminhões PowerStar competindo no Dakar, que inclusive foram campeões em 2012 e 2016 com a equipe do holandês Gerard De Rooy.
Rafael Brusque – Blog do Caminhoneiro
Fico imaginando quantas vidas teriam sido salvas no Brasil se os caminhões fossem bicudos
O Brasil precisa dar um salto de qualidade em se tratando de modelos de cabinas de caminhões.Esquecer essas coisas quadradas ,horríveis,desconfortáveis que insistem em fabricar no país.Vejam os caminhões americanos .Motor tem que ficar fora do habitáculo do motorista.
A Iveco deu um grande tiro no pé ao desistir da Austrália, mercado de caminhões em franca expansão.
O PowerStar era a alma da Iveco, hoje essa marca não se destaca mais no mundo exceto no Brasil que aceita qualquer coisa quadrada sobre rodas vinda da Europa.