Projeto nos Estados Unidos quer facilitar obtenção da CNH profissional para jovens
De acordo com dados disponibilizados pela American Trucking Associations (ATA), a indústria de transportes nos Estados Unidos enfrenta uma escassez de 78 mil caminhoneiros atualmente, além da necessidade de contratação de 1,2 milhão de motoristas nos próximos dez anos.
Esses números tem causado espanto e já atrasam entregas por toda a América do Norte, além de pressionarem os custos de frete das transportadoras. Por isso, dois senadores dos Estados Unidos, Rick Crawford (Arkansas) e Henry Cuellar (Texas), apresentaram um projeto de lei conjunto para facilitar a entrada de jovens no setor.
Chamado de Drive Safe Integrity Act, o projeto cria um programa de treinamento para jovens de 18 a 20 anos de forma facilitada.
Uma lei do gênero já existe por lá, mas não foi para a frente. De acordo com a ATA, o excesso de burocracia imposta pelo Departamento de Transportes dos Estados Unidos afastou potenciais interessados.
Das 3 mil vagas abertas para treinamento, apenas 12 foram preenchidas em todo o país. O novo projeto apresentado nessa semana corrige as falhas de regulamentação do texto aprovado anteriormente.
Em rotas estaduais de 49 estados dos Estados Unidos, além do Distrito de Colúmbia, onde fica Washington – capital do país, jovens entre 18 e 20 anos podem dirigir caminhões pesados, obtendo uma CDL com um programa rigoroso de treinamento.
Apesar disso, eles não podem sair de seus estados de origem com os caminhões. Esse projeto passa a permitir que o jovem, após o treinamento e um período de experiência com um motorista instrutor na cabine, possa rodar por todo o país, como acontece com qualquer outro caminhoneiro na América do Norte.
Escassez
A falta de motoristas nos Estados Unidos e em outros países desenvolvidos acontece principalmente pelos problemas encontrados na profissão, com salários considerados baixos, dificuldades e falta de infraestrutura nas estradas, longas jornadas e tempo longe de casa.
Por isso, jovens buscam estudar mais e buscar outras profissões, que ofereçam mais benefícios.
As empresas tentam contratar mais caminhoneiros, oferecendo melhores salários, várias bonificação, como por milhas rodadas e até por tempo em que o caminhoneiro está na empresa, mas nada tem surtido efeito.
Até mesmo veteranos militares, que se aposentam do serviço nas Forças Armadas do país, são buscados com diversas ofertas.
Outro ponto sempre citado por lá é a possibilidade de contratação de motoristas estrangeiros, mas isso dificilmente saíra do papel. Isso porque há muita burocracia envolvida, e os custos são muitos altos. Também existe o problema de um tempo de espera muito longo, no qual o candidato estrangeiro precisa obter documentos e a carteira de motorista profissional, que pode passar de dois anos.
Ou seja, para um problema que só cresce, cada novo projeto apenas arruma uma parte do que está ruim, mas não existe, pelo menos por enquanto, uma carta na manga para solucionar de vez esse desafio.