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Motor V12 e 1200 hp: um Kenworth W900 diferenciado

 

Os anos 1960 e 1970 é um dos períodos mais interessantes da história do automobilismo americano. Foi nessa época que os muscle cars reinaram nas estradas e era comum carros com enormes motores V8 com potências de até 400 hp. E a popularidade desses carros também influenciou as competições automotivas daquele período, por todo o país se via carros da Chevrolet, Ford e Dodge convertidos para competir nas corridas do quarto de milha. Mas este blog trata de caminhões, então vamos avançar na história.

 

 

Tyrone Malone era motorista de caminhão e dono de uma transportadora, além de um apaixonado pele velocidade. Mas ele fez algo inusitado. Com a base de um Kenworth W900 de 1974, um cavalo mecânico comum da época, ele criou o Super Boss. Malone fez uma série de modificações, a começar pela parte externa, na carroceria, onde foi realizada a troca do capô e paralamas, além de quatro spoilers espalhados em pontos estratégicos para a melhora da aerodinâmica. Não ficou nem um pouco parecido com o W900 original que se via pelas estradas.

 

 

Apesar de parecer algo apenas estético, esses spoilers foram essenciais para manter o Super Boss colado no chão durante as provas. Isso porque ele era equipado com um motor V12 Detroit Diesel de 14 litros, que com a ajuda de dois turbos, chegava a 1200 hp (originalmente é um motor com 450 hp). Essa força toda era transmitida por uma caixa automática de cinco velocidades Allison. Além da parte mecânica, o W900 de Malone recebeu outros elementos de veículos esportivos, como gaiola de segurança, extintores e incêndio, relógios e mostradores adicionais e ainda foi equipado com pneus competitivos da Bandag.

 

 

Tyrone e seu Kenworth se tornaram as verdadeiras estrelas do automobilismo americano, sendo o Super Boss uma das principais atrações das corridas locais. Não para menos, pois ele levou apenas 13 segundos para superar o quarto de milha, e essa marca era boa até mesmo para carros. Ao mesmo tempo o americano cuidou fortemente da imagem de sua equipe, ele usou um bonito Kenworth K100 para transportar sua máquina. Além disso, Tyrone Malone sempre trazia com ele outro Kenworth acoplado em uma carreta refrigerada no qual havia uma baleia morta de 20 toneladas chamada Little Irvy, uma atração itinerante que fez muito sucesso. Por mais estranho que seja, não foi algo ilegal, pois ele tinha uma permissão do governo para tal (mas essa história fica para outro artigo).

 

 

Voltando ao Super Boss, a fama dele se espalhou além dos Estados Unidos, chegando a se apresentar até na Europa. Naquela época, o W900 de Malone era conhecido como o caminhão a diesel mais rápido do mundo. Em 1976, na planície de sal, o Super Boss estabeleceu um recorde de velocidade para caminhões atingindo até 144 milhas, quase 232 km/h.

 

Outra criação de Tyrone, o Bandag Bandit

 

Malone não parou e sua carreira como construtor de caminhões super rápidos e fortes durou até o final da década de 1980. Um deles foi o Bandag Bandit, que atualmente se encontra no famoso museu Iowa 80. Tyrone faleceu em 1997 com 67 anos, mas deixou seu legado nas suas criações e também nos livros que escreveu. E o Super Boss também restou guardado, atualmente em uma coleção particular de caminhões em Minnesota, e fazendo algumas aparições em eventos.

 

Super Boss na atual coleção particular

 

* Com informações de Krystian Pyszczek (40ton.net)

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