FDC divulga estudo mais abrangente sobre acidentes nas rodovias federais brasileiras

Imagem de Google Gemini

A Fundação Dom Cabral (FDC), por meio da Plataforma de Infraestrutura em Logística de Transporte (PILT/FDC), elaborou um estudo abrangente sobre acidentes nas rodovias federais brasileiras entre 2018 e 2024. A pesquisa utiliza dados do DNIT sobre volume de tráfego e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) sobre ocorrências de acidentes, considerando apenas aqueles ocorridos em trechos de rodovias com pelo menos mil veículos por dia. O levantamento reúne 72 análises em diferentes blocos e permite múltiplos recortes, como tipo e classe do acidente, tipo de veículo, tipo de traçado viário, horário, dia da semana, fase do dia, condições climáticas, etc. Os acidentes são classificados em três categorias principais: acidentes sem vítimas, acidentes com feridos e acidentes com vítimas fatais.

Os resultados mostram que, após a queda registrada em 2020, primeiro ano da pandemia, o número total de acidentes voltou a crescer nos anos seguintes e atingiu em 2024 seu maior patamar desde o início da série histórica. O Brasil registrou 51.420 acidentes em 2018, 51.753 em 2019 e 48.416 em 2020. A partir de 2021, o indicador voltou a subir: foram 49.256 acidentes em 2021, 49.175 em 2022, 52.080 em 2023 e 56.117 em 2024, maior volume do período analisado.

RECOMENDADO  Basculante com mais de 8 toneladas de excesso de peso é tirado de circulação pela PRF

“A série histórica mostra que, após a queda observada em 2020, os indicadores voltaram a crescer de forma consistente, culminando em 2024 com o maior volume de acidentes do período analisado, além do maior número de vítimas fatais, com 4.995 mortes, e de feridos graves, com 15.916 registros, enquanto 2020 concentrou o menor número de feridos graves, com 13.395”, comenta o professor Paulo Resende, diretor do núcleo de Infraestrutura e Logística da FDC.

Para garantir comparabilidade entre trechos rodoviários com diferentes intensidades de tráfego, o estudo utiliza dois indicadores técnicos: a Taxa de Acidentes (TAc), que neutraliza o impacto do volume de tráfego no total de ocorrências, e a Taxa de Severidade de Acidentes (TSAc), que além de considerar o volume pondera os acidentes de acordo com a gravidade. Entre 2018 e 2024 ambas as taxas apresentaram tendência geral de crescimento: a TAc variou entre 1,97 e 2,34, enquanto a TSAc oscilou entre 9,02 e 9,88, sendo esta última a taxa registrada em 2024.

As rodovias BR-101, BR-116 e BR-381 aparecem como as que concentram o maior número de acidentes no país, refletindo sua relevância logística, elevado fluxo de veículos e condição infraestrutural vigente. O estudo também mostra padrões consistentes sobre a dinâmica das ocorrências. Ao longo do período, 54,30% dos acidentes aconteceram em pleno dia e 35,32% em plena noite; em 2024, as proporções permaneceram praticamente estáveis, com 54,70% durante o dia e 35,06% à noite. Em média, 74,81% dos acidentes envolveram vítimas feridas, 17,82% não tiveram vítimas e 7,37% resultaram em vítimas fatais; neste último caso, a proporção em 2024 avançou para 7,51%.

O levantamento aponta ainda que mais da metade das ocorrências (52,38%) acontece em rodovias de pistas simples, seguida da de pista dupla (39,53%) e múltipla (8,09%). Entre os tipos de colisão, a frontal responde pela maior parcela da taxa de severidade, com 18,33%, seguida pela colisão traseira, com 15,60%.

Rafael Brusque - Blog do Caminhoneiro

Nascido e criado na margem de uma importante rodovia paranaense, apaixonado por caminhões e por tudo movido a diesel.

Deixe um comentário!

Descubra mais sobre Blog do Caminhoneiro

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading