Seria a Nikola Motor Company uma nova Tucker Corporation?

A Nikola Motor Company foi fundada em 2014 por Trevor Milton, um empresário norte-americano que queria mudar a matriz energetica dos transportes do diesel para o hidrogênio, que praticamente não emite poluição nenhuma.

Em 2016, a empresa apresentou seu primeiro caminhão, o modelo One, movido a hidrogênio, para viagens longas e com produção estimada para 2020. Os motores elétricos ofereceriam 1.000 cavalos de potência com 2.700 Nm de torque, contando ainda com um sistema de redução de marcha que poderia oferecer até 117 mil Nm de torque, em um sistema semelhante ao de locomotivas, com consumo de 4,6 kg de hidrogênio a cada 100 km percorridos, e mais de 1.200 KM de autonomia.

Na última semana, após anunciar uma parceria com a General Motors, para produção da picape Nikola Badger, a empresa foi acusada pela Hindenburg Research de fraudar o desenvolvimento dos veículos e da tecnologia para obter vantagens financeiras com investidores. A Nikola negou as acusações.

Esse acontecimento com a Nikola, com a promissora promessa de acabar com o uso do diesel no transporte de cargas, com desenvolvimento e aperfeiçoamento de uma tecnologia cara e inédita, inevitavelmente faz lembrar de um caso ocorrido nas décadas de 1940 e 1950, com outro empresário visionário, Preston Tucker, que criou um carro muito à frente de seu tempo, e teve seu sonho destruído por pressão de grandes montadoras norte-americanas.

Preston Tucker criou, após o final da Segunda Guerra Mundial, a empresa Tucker Corporation, para produção de veículos. Na visão dele, deveria ser construído um carro que fosse seguro, rápido, baixo, comprido e com boa aerodinâmica. Os preços também tinham que ser acessíveis para que todos pudessem comprar.

O primeiro automóvel desenvolvido pela Tucker foi o Torpedo, um carro anos à frente da concorrência naquela época. Tinha freios à disco nas quatro rodas, um motor de alumínio de 168 cv de potência, capaz de levar o carro aos 190 km/h, e foi todo projetado para não machucar os ocupantes em caso de acidente. Em pouco tempo, mais de 300 mil pessoas fizeram encomendas do carro.

De acordo com várias teorias, o governo americano e as montadoras Ford, GM e Chrysler conspiraram para acabar com a empresa, com dezenas de falsas alegações, que apesar de serem provadas no tribunal que eram realmente forjadas, serviram para destruir a reputação daquela que poderia ser uma das fábricas de automóveis mais inovadoras de sempre. Apenas 51 Tucker Torpedo foram fabricados. 47 ainda existem hoje em dia.

Apesar de algumas alegações da Hindenburg Research realmente terem fundamento, o investimento de algumas empresas na tecnologia da Nikola, além de muitos pedidos de compra por empresas grandes, mostram que o que a Nikola vem fazendo ao longo dos anos realmente pode mudar o mundo dos transportes como conhecemos hoje.

Fica o questionamento, seria a Nikola uma nova Tucker?

Rafael Brusque – Blog do Caminhoneiro

 

Rafael Brusque - Blog do Caminhoneiro

Nascido e criado na margem de uma importante rodovia paranaense, apaixonado por caminhões e por tudo movido a diesel.

4 thoughts on “Seria a Nikola Motor Company uma nova Tucker Corporation?

  • 21/09/2020 em 12:53
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    E Celestino foi uma ótima pergunta aos vendedores de propostas mais absurdas esse povo nunca trafegou pelas BR e nem pelas estradas que ELES dizem ser de asfalto não só andam de avião põe uma imundisa desse aí dentro de um caminhão e vamos ver si ele aguenta pelo menos 15 dia nas ESTRADAS brasileiras os vagabundos vão para o estados unidos e outros países europeus e acham que o Brasil e do mesmo jeito aqui temos asfalto que e refugo e estradas sem nivelação o país que mais tem veículos de cargas e o Brasil e o pior em asfaltos e nivelação em BR e estradas que se dizem ser asfaltos

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  • 21/09/2020 em 12:46
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    Infelizmente o Brasil não comporta estes tipos de veículos de idrogenio e nem a gás por serem pesados temos muitas estradas que no mapa brasileiros são marcadas como asfalto mas na verdade e terra e mais temos muitas serras como um veículo desces de idrogenio ou a gás vai aguentar nas serras e nos atoleiros que o Brasil tem isto aí e coisa para americanos não para o Brasil que o asfalto e um lixo e pior sem niveladoras

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  • 19/09/2020 em 01:09
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    Boa iniciativa do Ministro da Infraestrutura no sentido de começar a utilizar a navegação de cabotagem. Só espero que algum desinformado não apareça com a teoria de que os caminhoneiros perderiam mercados, porque sabemos que sempre haverá cargas para todos. O que dificulta a vida dos caminhoneiros são os roubos de carga e dos próprios caminhões, peças caras, oficinas meia-boca, embarcadores que pouco fazem para eliminar a burocracia e o tabelamento dos fretes. Postos de combustível que esfolam os motoristas, cobram caro por uso de instalações pouco aconchegantes, etc. Por aqui pode se ver que os motoristas são heróis no verdadeiro sentido da palavra.

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    • 19/09/2020 em 10:13
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      Celestino, creio que você não é um caminhoneiro e sim representante do governo! Pode até ser que engano, mas suas colocações me levam a esse pensamento!
      “Boa iniciativa do ministro da infra estrutura”??
      Portos entregues a preço de banana podre!

      Resposta

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