Picape chinesa vendida na África tira nota Zero em teste de colisão
O Global NCAP, uma entidade de segurança viária responsável por testes de segurança de veículos por todo o mundo, destacou uma situação preocupante com a picape Great Wall Steed 5, produzida na China para o mercado africano. Além do teste com essa picape, os modelos Haval H1, que é um SUV, e o Renault Kwid, tiveram notas desastrosas nos testes.
Para a entidade, o continente africano não pode continuar a receber veículos que não são autorizados a circular em nenhuma outra parte do planeta, devido à questões de segurança.
Testada na versão básica, sem airbags, a Steed 5 se saiu muito mal. Durante a colisão, o habitáculo foi muito deformado, e o volante e coluna de direção se deslocaram, acertando a cabeça do motorista com força. Os testes revelaram que os bonecos de teste tiveram muito danos, principalmente na cabeça, peito e pescoço.
Mesmo se estivesse equipada com airbags, o motorista não teria mais sorte. Com o movimento da coluna de direção, a cabeça continuaria a ser impactada.
Além da área superior do corpo com ferimentos, os cintos de segurança não conseguiram travar os bonecos no lugar, e os pés também tiveram ferimentos, devido à deformação da cabine. A colisão aconteceu a 64 km/h, contra uma barreira deformável.
Para as crianças, por não ter dispositivos de retenção como o Isofix, a picape também obteve nota zero. O bebê conforto não ficou preso ao assento, e o boneco que simula uma criança de três anos se quebrou durante o impacto.
Outros modelos
O Renault Kwid vendido na África, apesar de ter semelhanças com o modelo vendido em outras partes do mundo, se saiu muito pior nos testes. O Kwid vendido no Brasil recebeu três estrelas em testes de colisão realizados pela Latin NCAP, e apenas duas no teste com o modelo africano, que foi testado pela Global NCAP.
O Haval H1, modelo do tipo SUV, também obteve apenas duas estrelas. Nesse veículo, o motorista teve sérios ferimentos no abdômen e nas pernas.
Campanha
A Global NCAP iniciou uma campanha para aumentar a segurança dos veículos vendidos na África. Desde 2017, a #SaferCarsForAfrica busca cobrar as montadoras para que produzam veículos melhores, mais confortáveis e mais harmonizados com o restante do planeta para aquele continente.
Rafael Brusque – Blog do Caminhoneiro