Caminhoneiros dos Estados Unidos dizem que foram obrigados a dirigir por mais tempo do que o permitido
Uma reportagem do 11Alive Investigates mostra que alguns caminhoneiros dos Estados Unidos são pressionados pelos empregadores a trabalharem mais do que o permitido por lei.
Atualmente, o país exige a utilização de livros de controle de jornada eletrônicos, chamados de ELD, que monitoram a jornada de forma automática. Para dizer ao sistema quem está na direção do caminhão, são usados cartões.
O tempo máximo de direção por dia é de 11 horas, e os caminhoneiros precisam dormir 10 horas entre uma jornada e outra. A cada oito horas ao volante, também é obrigatória uma pausa de 30 minutos.
Depois que os caminhoneiros entrevistados atingiam o máximo de horas trabalhadas, a empresa obrigava eles a realizarem a troca dos cartões, para trabalhar como se fossem outras pessoas. Isso garantia mais onze horas de direção.
Um dos caminhoneiros alegou que chegava a trabalhar por até 30 horas com frequência, reduzindo o tempo de sono diário a apenas quatro horas.
Para garantir que os caminhoneiros fizessem a troca dos cartões do ELD, as empresas ofereciam valores a mais, como bonificação, pelas milhas rodadas.
Um dos motoristas mostrou o cheque de pagamento que recebeu de uma transportadora, mostrando que recebeu valores por ter rodado 6 mil milhas em apenas uma semana. Se fosse rodar normalmente, dentro do limite de 11 horas, teria que fazer uma média de 134 milhas por hora (214 km/h).
Após a reportagem da 11Alive Investigates, o Departamento de Transportes dos Estados Unidos iniciou uma ampla investigação contra as transportadoras, que não tiveram os nomes citados. Caso sejam encontradas irregularidades, essas empresas poderão perder o registro definitivamente, sendo impedidas de transportar cargas em qualquer parte dos Estados Unidos.