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Peso maior dos veículos elétricos faz cegonheiros norte-americanos solicitarem aumento de tolerância de pesagem

Os veículos elétricos vem ganhando cada vez mais espaço no mundo, especialmente em países desenvolvidos, como uma excelente opção de redução de custo de uso e com ganhos ambientais muito altos, praticamente zerando as emissões de poluentes durante sua vida útil.

Mas eles também tem trazido alguns problemas curiosos. É o caso do peso extra das baterias, que tem causado problemas para caminhoneiros dos Estados Unidos. Como são mais pesados, o transporte desses automóveis em carretas cegonhas convencionais ultrapassa o limite de 80 mil libras (36,2 toneladas).

Por isso, caminhoneiros, empresas e sindicatos de transportadores estão solicitando um aumento da tolerância para esse tipo de transporte, passando das atuais 80 mil libras para 88 mil (39,9 toneladas), um ganho de 10%. Isso garantiria o transporte dos mesmos nove carros por viagem, número comum para automóveis a gasolina.

Se não houver mudança nessa lei, os transportadores dizem que as entregas de veículos elétricos serão comprometidas, e as metas do governo para esse tipo de tecnologia não serão atingidas. Até 2030, a administração Biden quer que 50% das vendas de automóveis nos EUA sejam de elétricos.

A regra atual foi criada em 1975, e nunca mais foi atualizada. E os carros movidos com combustíveis normais também ficaram bem mais pesados ao longo dos anos. Na década de 1970, o peso médio dos automóveis norte americanos era de 1.451 quilos, e subiu para 1.905 kg na última década.

Nos últimos meses, a indústria de transporte de automóveis intensificou os esforços de mudança da lei com legisladores em comitês e com funcionários importantes do Departamento de Transporte, Comércio e do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca.

Entidades ligadas à segurança de trânsito no país são totalmente contra qualquer mudança que permita o transporte de cargas com peso maior do que as 80 mil libras, para evitar o aumento de acidentes e que haja crescimento no número de mortes nas estradas do país. Cerca de 43 mil pessoas morrem todos os anos em decorrência de acidentes de trânsito nos Estados Unidos.

Apesar da negativa dessas entidades, o Senador Rodney Davis diz que é favorável à essa alteração na lei, e que tem trabalhado para aumentar os limites de peso para o transporte de automóveis elétricos.

“A indústria de transporte de automóveis precisa de uma variação modesta, de 5% a 10% de aumento de peso. Caso contrário, uma cadeia de suprimentos já desafiada exigirá mais carretas nas rodovias do país para entregar o mesmo número de veículos prontos aos clientes. Isso significa mais quilômetros percorridos, mais desgaste em nossas estradas, mais combustível usado e mais emissões”, disse o senador.

Entre as ideias para uma alteração do tipo está a limitação da distância que esses caminhões mais pesados poderão rodar. Se fosse aprovada, permitiria viagens de 300 milhas (480 quilômetros), evitando que o peso extra atravessasse o país.

Na Califórnia, uma lei do tipo está vigorando, para o transporte de cargas dos portos, que estão com filas de navios e falta de caminhões há vários meses. Com licenças temporárias, os caminhoneiros autônomos e empresas podem transportar cargas com até 88 mil libras de peso bruto total. Ainda não existe nenhum estudo mostrando se isso ajudou a diminuir o tempo de espera das cargas nos portos.

Rafael Brusque - Blog do Caminhoneiro

Nascido e criado na margem de uma importante rodovia paranaense, apaixonado por caminhões e por tudo movido a diesel.