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Empresa portuguesa realiza transporte impressionante de pás eólicas de 81 metros

As maiores pás eólicas do mundo estão chegando à região de Barão de São João, em Portugal, onde serão instaladas. Para o transporte, a empresa Laso investiu em equipamentos exclusivos, chamados de BladeLifter, além dos novos Mercedes-Benz Arocs SLT 8×8, com capacidade de tração de 250 toneladas.

O parque eólico de Barão de São João está recebendo as novas torres Vestas V162-6.2 MW, que são as maiores do mundo atualmente, tendo capacidade de produção de 6,2 MW.

Com o grande comprimento das pás, de 81 metros, o transporte precisa ser feito sobre uma linha de eixos equipada com o sistema BladeLifter, que permite a movimentação da pá eólica para cima e para os lados, além de giros, evitando colisões com objetos.

Esse sistema também permite que a carreta seja mais curta, facilitando as manobras. Durante curvas fechadas ou para evitar obstáculos, o sistema hidráulico da carreta ergue a pá eólica em um ângulo de até 60 graus, fazendo a ponta da pá chegar a até 70 metros de altura.

Um dos maiores problemas para esse transporte é o vento. Como as pás são muito longas e pesadas, são 32 toneladas, o vento chegando a apenas 10 km/h impede a elevação do conjunto, que poderia tombar com facilidade. A inclinação lateral da carreta também não pode passar de 2 graus.

A pá também pode ser movimentada em giro, para se adequar ao vento, mesmo quando abaixada. O sistema usa o mesmo princípio dos barcos à vela, mas exige muito mais cuidados.

Para vencer os grandes aclives antes da chegada ao parque eólico, a Laso investiu na aquisição de caminhões Mercedes-Benz Arocs 8×8, na versão SLT, concebida para o transporte de cargas superpesadas e superdimensionadas.

A capacidade de carga é de 250 toneladas, e os novos caminhões trazem novos padrões no conforto, performance e flexibilidade graças à robustez do chassis e da suspensão.

“O 8×8 é necessário quando chegamos ao parque eólico, para vencer os aclives, que chegam a ser de 26% a 27% de inclinação, o que é uma brutalidade! Se não for assim nem se mexe. Aí até são precisos mais do que um. A cada seis por cento de inclinação, engatamos um cavalo mecânico adicional e depois tem tudo a ver com as condições do piso, se está molhado ou seco, pois molhado agrava ainda mais este planeamento e, por vezes, temos mesmo de por outro caminhão por trás, para empurrar. Nas subidas teria sempre de ser com dois 8×4 e, se a estrada estiver úmida, este pode patinar, ao passo que com um cavalo 8×8, fica tudo mais fácil. Apesar de consumir mais e ter caraterísticas diferentes, sai muito mais econômico, a gestão é mais fácil e é preciso menos um operador”, destaca Paulo Franco, administrador da Laso.

O Arocs SLT é equipado com o motor OM-473, com potência de 625 cavalos e torque máximo de 3.000 Nm, com a caixa de câmbio automatizada PowerShift 3. Atrás da cabine, gigantescos defletores de ar escondem diversos componentes extras, como tanques de ar comprimido extras, sistema adicional de refrigeração do motor, entre outros, além do tanque de combustível.

O engate nos implementos pode ser feito na quinta-roda, ou diretamente no chassi, garantindo maior robustez para o acoplamento à linhas de eixo.

Devido ao tamanho do conjunto, que supera os 90 metros, não há locais de parada em que se possa encostar o caminhão para o motorista dormir, por isso a viagem é feita sem paradas, apenas com a troca de motoristas quando o tempo de direção se esgota.

Rafael Brusque - Blog do Caminhoneiro

Nascido e criado na margem de uma importante rodovia paranaense, apaixonado por caminhões e por tudo movido a diesel.