Vidas na boleia
-Boa tarde, amigo.
– Boa tarde.
– Eu estou com medo.
– Por quê?
– Nunca viajei de avião. Sou caminhoneiro e trouxe um caminhão do interior de Minas Gerais. Viajei 23 horas sem parar, à base de rebite, nem almocei hoje.
– Isso faz muito mal à sua saúde.
– Eu sei, mas se não fizer assim perco o emprego.
Essa conversa foi durante um voo para São Paulo com um caminhoneiro exausto e esgotado, após o término da sua missão. Ele ainda relatou que a sua empresa queria lhe enviar de ônibus, mas não aceitou tal condição porque iria repetir a jornada para levar mais um caminhão a Curitiba.
Aqui vai uma reflexão sobre o trabalho desses homens da estrada que cruzam nosso País diariamente. Responsáveis pelo transporte de mais de 60% de toda a carga movimentada no País, esses profissionais passam a maior parte da vida na boleia. O Brasil tem mais de 1 milhão de caminhoneiros, e isso ainda é pouco. Segundo a Associação Nacional das Transportadoras de Carga e Logística, o déficit é de 120 mil motoristas. As estradas perigosas, o medo da violência, a distância da família e até a tecnologia são fatores que estão diminuindo o interesse pela profissão.
Gerente de uma escola para transporte, Salete Argenton diz que é difícil surgirem novos motoristas, embora as empresas venham investindo na requalificação dos antigos, visando a não perder mercado. Hoje em dia, está bem mais complicado realizar o sonho de ser caminhoneiro, mesmo com a baixa exigência de escolaridade. Os caminhões trazem uma tecnologia embarcada que exige bons conhecimentos para operá-la. Sem contar os valores envolvidos na atividade. Um caminhão custa até R$ 500 mil e certas cargas ultrapassam R$ 1 milhão.
É preciso preparo para cuidar de tudo isso, observando aspectos de segurança, meio ambiente etc. O empresário Mário Aguiar defende e articula a triplicação da BR-101. Vamos nos juntar a ele nesta batalha, buscando melhores condições de trabalho para os caminhoneiros e usuários da estrada. As ferrovias e hidrovias também precisam ganhar maior dimensão para que as estradas fiquem mais tranquilas e seguras.
– Até logo, senhor, obrigado pela ajuda durante o voo.
– Que Deus te abençoe, amigo caminhoneiro. Até a próxima viagem.
Texto de CÉSAR DÖHLER
não é fácil, eu sei muito bem disto,mais quem tem que tomar providencias é nossos governantes. Aliás, eu estava me esquecendo, sr. governador de são paulo, que cachorrada é esta de ter uma placa na via anchieta (alto da serra) proibindo ultrapassagens de caminhões num certo horário, e no entanto seus policiais rodoviários ficam atrás do toco só anotando as placas de caminhões que ultrapassam,esta placa é falsa sr. governador?
Recuso-me a acreditar nesta conversa que não temos caminhoneiro por causa das tecnologias embarcadas nos caminhões!! Garanto a vcs que qualquer caminhoneiro com 5 minutos de explicação e uma volta em qualquer caminhão consegue trabalhar!! Agora eu gostaria de ver pessoas com escolaridade e maiores de 25anos,( porque antes não podem ter a categoria E), Trabalhar com FNM, Chevrolet, Detroit, 1519 etc… Sem ar condicionado, freio estacionário, direção hidráulica, sem cambio sincronizado ( caixa seca) ETC… Antigamente o Motorista sofria!! Hoje só e Luxo nos cargueiros!! (mas ninguém fala hoje do salario de fome, industria da multa, pontuação na carteira, restrição de horário, rastreadores travando caminhões em cima da pista e a escravidão ETC.. ( Sem entrar em detalhes do autônomo que compra a ferramenta de trabalho e tem que respeitar rodizio e restrições de horários e agora a lei que foi colocado para os empregados o veiculo fica sem trabalhar 6 meses no ano! Mas tem que pagar IPVA,seguro obrigatório e seguro do caminhão para o ano todo fora os pedágios que as empresas não repassam e agora pagar o eixo levantado!! E VEM COM ESSA CONVERSINHA DE QUE NÃO TEM MOTORISTA POR CAUSA DA TECNOLOGIA!!!!!
Otario que ttoma rebite nao da valor para a propia vida muito menos dos outros que nao tem nada aver.