É DE CAMINHÃO QUE EU VOU – Caminhão Dodge 950 6×2

Noite chuvosa, frio e vento.
As faixas estão apagadas na pista.
Um caminhão em vagaroso movimento,
vai rodando até se perder de vista.

Ao volante, este que vos fala.
Caminhoneiro com muito orgulho.
Raios faíscam feito luzes em baile de gala.
O ronco do estradeiro grita alto, faz barulho.

O mundo parece desabando lá fora.
Na cabine estou bem protegido.
A tempestade igual caixa de Pandora,
Ruge, grita e uiva em alto gemido.

Meu estradeiro a tudo enfrenta.
Os faróis vencem a chuva que cai.
A carga é pesada mas o trucado aguenta.
Colado na pista, com segurança ele vai.

A noite é longa e fria será a madrugada
mas ao volante do caminhão nada temo.
Contra as dificuldades da longa jornada
meu bruto prevalece absoluto e supremo.

Aperto pedal da direita e reduzo.
O caminhão ganha novo fôlego.
De meu estradeiro não abuso,
para não ficar lento e trôpego.

O vento frio entra pela ventarola.
Fecho o zíper do meu casaco.
No meu trucado mando a sola.
Água na pista esconde buraco.

Quando passo por ele, a água espirra.
Sofro pois tratam a estrada com desleixo.
Desse governo ladrão tenho birra.
Não valorizam quem trabalha no trecho.

Avanço madrugada adentro.
A chuva cai de forma intensa.
Parece que da tormenta estou no centro.
A enxurrada corre pela pista forte e densa.

Mas o caminhão a tudo isso supera.
É um estradeiro que da luta não foge.
Na estrada vai rugindo tal qual fera.
Meu valente caminhão Dodge.

Ao meu lado vai meu alforge.
Nele levo tudo de que preciso.
Ao volante de meu poderoso Dodge
faço da estrada o meu paraíso.

O dia amanhece com neblina.
Estou próximo de chegar ao destino.
No bruto levo a carga, no coração a menina.
Ela me faz feliz como um menino.

Não se fazem mais caminhões assim.
Bruto para enfrentar qualquer trecho.
Desta viagem, consigo chegar ao fim.
Orgulho-me do Dodge com terceiro eixo.

Após descarregar essa carga valiosa,
para uma nova viagem, pronto estou.
Enfrento a vida de forma corajosa.
É de caminhão que eu vou.

Roberto Dias Álvares