O CHEVROLET AMARELO – Caminhão Chevrolet D 80 6×2
Aquele Chevrolet amarelo
é um verdadeiro show.
Modificado ficou ainda mais belo.
Caminhoneiro José o transformou.
Cabine dupla com cama confortável,
parecendo uma suíte de motel.
Para longas viagens é viável.
O motorista se sente no céu.
Geladeira, TV e ar-condicionado.
A bordo o motorista não sofre.
Terceiro eixo compõe o rodado.
Motorzão escondido debaixo do cofre.
Carga alta, baixa, pesada ou leve.
Para José pouco importa.
Viagem longa ou trajeto breve
Com rapidez a estrada ele corta.
Foram anos de trabalho duro
e muito dinheiro investido.
Financiou com um pouco de juro
mas realizar o sonho havia conseguido.
Por onde passa seu Chevrolet
não tem quem fique sem olhar.
Enche o peito de orgulho o José.
Tem o mais belo bruto para trabalhar.
Em um caminhão, fez ultrapassagem
e o motorista achou desaforo.
José seguia viagem.
Para ele, seu bruto valia mais que ouro.
O caminhão bem mais novo
queria ultrapassar e dar o troco.
Achava o Chevrolet um estorvo.
O motorista agia como um louco.
José estava na dele.
Não ultrapassou por provocação.
O outro motorista invocou com ele.
Queria mostrar que tinha mais caminhão.
Forçou ultrapassagem perigosa
e quase causa acidente grave.
Comportando-se de forma raivosa.
Achava aquele Chevrolet um entrave.
No fundo é ciúme ou inveja
daquele caminhão ser tão bonito.
Ter um bruto igual certamente almeja.
Quer se impor na estrada no grito.
Diminuiu a velocidade
e em José fazendo provocação.
Via motivo de rivalidade
naquele bonito e antigo caminhão.
José ficando de saco cheio
daquele motorista atrapalhar sua viagem.
Ali atrás, tinha de cutucar o freio
pois o motorista agia de maneira selvagem.
Uma longa subida viu a frente.
José resolveu dar fim na situação.
Tirou de lado, o motor rugiu potente.
Ultrapassou fácil aquele novo caminhão.
Apertou o pedal da direita
e sumiu do campo de visão.
José e seu bruto, sintonia perfeita.
Ao outro restou a decepção.
Lá na frente parou para almoçar
algum tempo depois o outro chegou.
Pediu para com José se sentar.
O caminhoneiro autorizou.
Disse que estava impressionado
de um caminhão velho andar tanto.
Era bonito assim modificado.
Mas como o ultrapassou causa de espanto.
José manteve a seriedade
mas por dentro ele ria.
Respondeu: “Vou te contar um verdade”.
“Debaixo do capô tem uma cavalaria”.
“Mais importante que muitos cavalos no motor
debaixo do capô de um bruto possante,
é ter um motorista sensato de valor,
e não um burro atrás do volante”.
Dito isso àquele motorista,
José pediu licença e saiu.
Com seu Chevrolet foi para a pista
e aquele insensato nunca mais viu.
Mais do que ter um belo caminhão
é necessário cabeça fria e juízo.
Dirigir um possante com a razão.
Para não ter e não causar prejuízo.
Roberto Dias Alvares
Muito bom o poema, amigo. Sou caminhoneiro há 30 anos e nunca vi um texto que me representasse tanto assim. Prudência e segurança na estrada sempre. Em São Paulo deixo duas crianças e uma esposa com quem sou casado há dez anos e sinto que não posso deixá-la por conta de terceiros que me desafiam na estrada todos os dias.
Parabéns Carlos Eduardo pelo seu comportamento correto na estrada e obrigado Por prestigiar minhas histórias com seu comentário. Grande abraço
Mais do que ter um caminhão bonito e potente, é preciso ter bom senso e juízo. Isso é o que nos mostra o motorista dessa história. espero que gostem.