Coluna Mecânica Online – O choque da realidade elétrica do automóvel

Ao final do ano passado, o presidente da Toyota, Akio Toyoda, disse temer que as regulamentações governamentais estão tornando os carros elétricos um objeto fora do alcance da grande maioria das pessoas.

O principal motivo dessa afirmação é a defesa do veículo elétrico, chamado por muitos de veículos de zero emissão, unicamente no transporte em si, deixando de lado o carbono emitido pela geração da eletricidade e todos os custos envolvidos para uma transição global dos veículos elétricos.

Apenas a título comparativo, se todos os veículos atualmente no Japão fossem elétricos, o país não teria energia suficiente durante alguns meses do ano. E o pior, grande parcela da energia atual japonesa vem da queima do carvão, com uma pequena parcela do gás natural.

O investimento na infraestrutura necessária para toda essa transformação da matriz energética custaria uma cifra muito elevada, variando entre US$135 e US$ 358 bilhões de dólares.

Um dos motivos que teria impulsionado a fala do executivo é o surgimento cada vez maior de legislações restringindo a utilização dos veículos a combustão.

O Japão deve oficializar o banimento das vendas de veículos com motores a combustão a partir de 2030, mesma época que deve acontecer no Reino Unido e também na China. Nos Estados Unidos, a determinação será de cada estado, mas alguns já sinalizam também esse período para o início da transição.

Embora não exista nenhuma medida para proibição das vendas dos veículos com motores de combustão, a Noruega lidera as vendas de veículos elétricos e híbridos, onde mais de 60% do mercado já utiliza soluções elétricas e esse número supera os 80% quando consideramos as soluções híbridas recarregáveis.

A preocupação na emissão zero fica ainda mais evidente quando observamos a fabricação de um veículo movido a eletricidade. Ele produz o dobro de emissões de gases do efeito estufa que a produção de um veículo com motor a combustão, sendo a bateria a grande vilã dessa história.

Apesar da desvantagem inicial na emissão de CO2, durante a vida útil o veículo elétrico produz, em média, 90g CO2/km durante toda a sua vida útil. Este número encontra-se muito abaixo das emissões de um carro com motor a gasolina, que emite 253g CO2/km.

Em aproximadamente dois anos os carros elétricos atingem o mesmo número de emissões que veículos a combustão e volta a ser mais competitivo

Conseguimos recompor a ideia da poluição, mas o desafio da produção de energia limpa persiste para muitos países. É preciso que o veículo seja zero emissão ou muito próximo disso de ponta-a-ponta em todo seu processo de desenvolvimento, fabricação, vida útil e descarte, com o melhor aproveitamento energético em todo o processo.

Ainda maior é o choque da realidade elétrica do automóvel no Brasil. Sustentado pelo argumento que temos produção de etanol, o impacto dos elétricos por aqui também atinge o fornecimento da energia e o setor de combustíveis fósseis. A baixa infraestrutura para a mobilidade elétrica também é um forte desafio, que esbarra no aspecto econômico para aquisição.

Mecânica Online

Imposto – A vida do paulista que deseja trocar de carro não está fácil. Além da falta de insumos para as montadoras e da alta do dólar, que impactam diretamente nos custos de produção, a carga tributária está cada vez mais pesada para o bolso dos consumidores. Um levantamento feito pela BDO, aponta que os impostos embutidos no preço de um Veículo Médio 0km (com motorização entre 1.0 e 2.0) no estado de São Paulo correspondem atualmente a 43,13% do custo final deste bem.

Fique esperto – O ano de 2021 começou com diversas mudanças para os motoristas brasileiros. Em abril os motoristas deverão se adequar às novas regras de trânsito. Dentre essas mudanças, estão a validade da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e a quantidade máxima de pontos para a suspensão da mesma.

Bateria – A bateria é um item que muitas vezes não recebe a atenção devida dos motoristas. Quanto mais o carro anda, mais a bateria dura. Parece contraditório, porém, se a bateria ficar imóvel por um longo período de tempo, ocorre o processo químico conhecido como sulfatação que diminui a vida útil da peça. O recomendado é que se ligue o motor uma vez por semana por pelo menos 5 minutos.


Tarcisio Dias é profissional e técnico em Mecânica, além de Engenheiro Mecânico com habilitação em Mecatrônica e Radialista, desenvolve o site Mecânica Online® (www.mecanicaonline.com.br) que apresenta o único centro de treinamento online sobre mecânica na internet (www.cursosmecanicaonline.com.br), uma oportunidade para entender como as novas tecnologias são úteis para os automóveis cada vez mais eficientes.

Tarcisio Dias

Gerente de conteúdo do Mecânica Online®, Tarcisio Dias é responsável também pela área de cursos e CDs interativos. Possui formação em engenharia Mecânica com habilitação em Mecatrônica pela Universidade de Pernambuco, formação técnica em mecânica pela Escola Técnica Federal de Pernambuco (CEFET/PE) e profissional em Mecânica Automotiva de Motores Diesel no Centro de Formação Profissional de Jaboatão dos Guararapes – RFFSA acordo SENAI. Também possui formação como Radialista – Locutor/entrevistador.

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