CaminhoneiroDestaquesNotíciasNotícias

Caminhoneiros estão mais sujeitos a problemas musculoesqueléticos devido ao trabalho

Os caminhoneiros podem ter até três vezes mais probabilidade de terem distúrbios musculoesqueléticos (DME) em decorrência do trabalho do que outros profissionais. A análise foi realizada por Firdaous Sekkay, estudante de doutorado em engenharia industrial na Universidade Polytechnique Montreal, do Canadá.

Ele acompanhou a rotina de trabalho de 123 caminhoneiros, com idades entre 27 e 71 anos, de seis regiões do Canadá. 63 motoristas trabalham com viagens de longas distâncias e 60 motoristas operam caminhões em rotas de curta distância.

Os resultados do trabalho mostram que 43% dos caminhoneiros havia sofrido pelo menos um DME em 2020. A média geral, para todos os tipos de trabalhadores, é de 16%.

As áreas do corpo mais afetadas por problemas são:

  • 29% para membros superiores;
  • 22% nas costas;
  • 20% nos ombros;
  • 17% nos membros inferiores;
  • 15% no pescoço.

Causas

O estudo mostra que os motoristas ficam mais propensos a problemas por diversos motivos, entre eles a idade, doenças pré-existentes, condições físicas e estilo de vida, além das operações da rotina do trabalho, como colocar a lona sobre a carga.

Além disso, o motorista pode realizar trabalhos em posturas cansativas, restritivas ou desconfortáveis, que tencionam as articulações de forma exagerada.

Por exemplo, o trabalho inclinado, agachado, ajoelhado, ou entendendo os braços, para verificar a carga, amarração, componentes do veículo e outros.

Outra questão é o esforço. De acordo com o estudo, nem sempre o esforço está relacionado com o manuseio de objetos pesados, mas sim na intensidade da força necessária para realizar a tarefa, qual é a parte do corpo envolvida, direção do esforço, a pegada, postura, entre outros. Além disso, o esforço pode ser muito grande, longo, repentino, assimétrico ou cumulativo.

RECOMENDADO  Em 4 estados, Transpanorama contrata motoristas carreteiros

Os DMEs também podem ocorrer por realização de tarefas por muito tempo em uma única posição, como ficar sentado, que é a rotina diária do caminhoneiro. Outra questão é a repetitividade das tarefas.

Outro ponto determinante para as lesões é o tempo entre a execução das tarefas. Se algo for realizado repetidamente, não há tempo hábil para o organismo descansar.

Por fim, outra questão importante é a exposição a agentes externos, como vibração, pressão mecânica, temperatura, e outros, muitas vezes oferecidos pelo próprio caminhão.

Além dos procedimentos normais, os caminhoneiros acabam ficando mais sujeitos a acidentes nas operações, como quedas e escorregões, devido a ter que subir e muitas vezes se pendurar no veículo.

Outra questão importante para os DMEs são a falta de sono ou o sono ruim.

Como evitar

O estudo também propôs formas para que os motoristas evitem os DMEs, e também recomendou formas das empresas evitarem que os motoristas tenham o problema.

RECOMENDADO  3,4 milhões de motoristas estão com o exame toxicológico em situação irregular

Uma das formas propostas é a revisão do design e funcionalidade do ambiente físico dos caminhões, das rodovias e das instalações de carga e descarga, visando oferecer os menores riscos possíveis aos motoristas.

Já os caminhoneiros precisam se cuidar. Isso se dá com a realização de exercícios físicos, alongamentos, e também com o descanso necessário para evitar o problema.

Além disso, é recomendado que o motorista não realize tarefas de força bruta, como a descarga do caminhão, que deveria ser realizada por uma empilhadeira ou paleteira elétrica. Também cabe ao motorista a análise e cuidado com a exposição a riscos que não possam ser imediatamente eliminados.

Destaques do estudo

A maioria das dores que os motoristas sentem aparecem no pescoço, ombros e região lombar, sendo a incidência muito maior que na população geral.

Os motoristas que operam em rotas de longas distâncias relatam terem mais dores musculoesqueléticas do que os motoristas de curtas distâncias.

Além disso, o estudo mostrou que os motoristas de longa distância apresentam problemas por riscos psicossociais e estilo de vida, e os motoristas de curta distância por fatores de risco físico, como carga e descarga, e também pelo estilo de vida.

Rafael Brusque – Blog do Caminhoneiro

Rafael Brusque - Blog do Caminhoneiro

Nascido e criado na margem de uma importante rodovia paranaense, apaixonado por caminhões e por tudo movido a diesel.

Descubra mais sobre Blog do Caminhoneiro

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading