De 2018 para cá, muita coisa mudou nas vendas de caminhões no Brasil
Todos os meses, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) divulga um ranking com as marcas e modelos mais vendidos em todos os segmentos da indústria automotiva nacional. E os números mostram a constante evolução dessa indústria ao longo dos anos.
O Blog do Caminhoneiro compilou dados das vendas de caminhões desde janeiro de 2018, um período relativamente curto de tempo, mas que mostra o quanto as vendas de caminhões mudaram no país até março de 2022.
Em janeiro de 2018, Mercedes-Benz, Volkswagen e Ford dominavam as vendas no país, emplacando juntas 3.199 caminhões, do total de 4.596 unidades vendidas naquele mês. Isso representava um total de quase 70% das vendas. Outras marcas que apareciam no ranking eram, Scania (498 unidades vendidas), Volvo (376), Iveco (287), MAN (120), DAF (105), Agrale (06), Foton (02) e Hyundai (01).
Durante todo o ano de 2018, foram emplacados mais de 76 mil caminhões, uma média superior às 6.300 unidades por mês. No ano seguinte essa média subiu para 8,4 mil unidades mensais, com mais de 100 mil emplacamentos no decorrer do ano. 2020 também começou bem, com uma média superior às vendas de 2019, mas logo começou a pandemia, e a média mensal ficou bem abaixo da registrada em 2019, com 7.4 mil unidades emplacadas por mês.
2019 também foi marcado por um dos anúncios mais inesperados do segmento: O encerramento da produção de caminhões Ford, que era a quarta montadora que mais vendia veículos comerciais no país. O anúncio foi realizado em março, e a produção seguiu até outubro, quando o último caminhão Ford foi fabricado.
Apesar disso, a montadora ainda segue no ranking de vendas, apesar de registrar pouquíssimos emplacamentos a cada mês. Em março de 2022, foram apenas 4 unidades vendidas, fabricadas ainda em 2019, que seguem em alguns estoques espalhados pelo país. Em fevereiro foi registrado apenas um emplacamento da marca.
Em setembro de 2020, as marcas MAN e Volkswagen foram unificadas na divulgação da Fenabrave, fazendo o número total de emplacamentos da Volkswagen/MAN crescer, a ponto de ultrapassar a Mercedes-Benz, que se mantinha na liderança há muitos anos. A média mensal de emplacamentos da MAN desde 2018 era de 160 caminhões por mês, com um pico de 509 unidades vendidas em julho de 2020.
Curiosidade é o registro de emplacamento de diversas outras marcas que não atuam oficialmente no Brasil, especialmente por meio de importações ou de vendas esporádicas em território nacional. Alguns casos, são de caminhões fabricados há muitos anos, que seguem Zero KM em estoques antigos.
Entre os exemplos podemos citar International, Sinotruk e Shacman, que já tiveram operações oficiais no país, além de Peterbilt, Kenworth, Mack, Dodge, Kalmar( que vende caminhões para operações em portos), Renault e até mesmo a Peugeot, que na verdade não fabrica caminhões.
Atualmente, o ranking tem a Volkswagen/MAN na ponta, seguida pela Mercedes-Benz. Volvo saltou de quinta em 2018 para terceira atualmente, seguida da Iveco, que era a sexta colocada há quatro ano e atualmente ocupa a quarta posição, à frente da Scania.
Com excessão da Ford, que saiu do mercado, nesse período todas as montadoras tiveram altas nas vendas de caminhões, sendo que algumas mais do que dobraram as entregas de caminhões novo. É caso da VW/MAN, que vendeu, somadas as duas marcas, 1.297 unidades em janeiro de 2018, e no mês de março registrou 3.165.
Mercedes-Benz era responsável por 1.449 emplacamentos, e agora tem 2.852. Scania tinha 498 e agora, apesar da dificuldade na produção devido à falta de componentes, registrou 648.
A Volvo teve um crescimento surpreendente, em grande parte graças ao FH 540, modelo mais vendido do país. Em jan/18, a marca vendeu 376 caminhões, e em março deste ano foram 1.971. Iveco também passou de 287 para 986. DAF saltou de 105 para 473.
Rafael Brusque – Blog do Caminhoneiro