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Situações climáticas na América do Sul desafiam transportadoras

A criação do Acordo sobre o Transporte Internacional Terrestre entre os Países do Cone Sul (Mercosul), na década de 1990, composto por Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Peru, Paraguai e Uruguai, possibilitou a circulação segura de bens e de pessoas entre os países acordados. Dessa forma, as normas do tratado preveem diversas documentações oficiais que devem ser portadas durante o transporte terrestre de mercadorias.

Segundo a UXCOMEX, empresa consultora em gerenciamento de processos do transporte, em 2019, o Brasil exportou um valor somado de 225,383 bilhões de dólares, fazendo com que o modal rodoviário seja responsável por cerca de 2,5% do valor total. Com isso, o território brasileiro é referência nas mercadorias transportadas nas malhas internacionais. Porém, as empresas que obtêm o serviço do Mercosul sofrem com alguns desafios na realização de suas atividades, e o principal, descrito pelos profissionais da área, é a infraestrutura de um país para o outro.

Recentemente, uma forte nevasca na Cordilheiras dos Andes, localizada no Chile, atingiu a estrada que liga a fronteira com a Argentina. Devido à situação climática, um congestionamento na rodovia foi criado, embargando cerca de 500 caminhões. As pessoas tiveram que ser socorridas pelas autoridades locais, pois o clima chegou a atingir -18°C.

Danilo Guedes, presidente da ABC Cargas, empresa que atua no transporte internacional, destacou os cuidados que a organização teve durante esse momento de tensão, já que alguns de seus caminhões e motoristas estavam no local. “Em primeiro lugar, tivemos todo o cuidado com os nossos motoristas, e depois com as cargas dos nossos clientes. Temos 25 anos de experiência, e fatores climáticos como esses acontecem. Contudo, nossa expertise nos deu tranquilidade para tomarmos as melhores decisões”, relata o executivo.

Quem realiza operações pelas Cordilheira do Andes afirma que é normal encontrar algumas situações climáticas ou até mesmo as estruturas das rodovias que prejudicam o andamento da viagem. Dessa vez, porém, foi algo diferente na forma como a nevasca se apresentou, chegando a acumular até 1,4 m de altura de neve.

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Devido a essa situação ainda mais complicada, as empresas que foram afetadas e tiveram as suas operações estagnadas por conta da nevasca agiram rapidamente para ajudar os seus colaboradores a enfrentarem o momento com menores dificuldades possíveis.

Danilo complementa: “O momento exigiu muita atenção e cautela para ajudar a todos. Resgatá-los com segurança e encaminhá-los para locais com condições mínimas de conforto foi muito desafiador, mas com o auxílio das autoridades locais a situação foi contornada. Depois disso, nossa operação cuidou para que as mercadorias dos nossos clientes estivessem, também, em segurança”.

Além da preocupação com a vida das pessoas que se encontravam no local, muitas organizações tiveram suas operações paradas por não conseguirem viajar até o seu destino, o que causou prejuízos econômicos.

O presidente da ABC salienta a importância da comunicação com os clientes para que essa administração seja menos impactante a eles. “Tivemos prejuízos financeiros e um acúmulo de cargas para serem enviadas. Porém, temos que saber lidar com esse tipo de intempéries e conduzir a situação com os nossos clientes da melhor forma”, descreve Danilo Guedes.

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Esse cenário só retrata alguns empecilhos que as transportadoras carregam, apesar de a situação climática não ser algo controlado. Planejamento estratégico e treinamentos são pontos considerados essenciais para as empresas continuarem se desenvolvendo e para que o impacto diante dos gargalos seja menor.

“A empresa também precisa fazer o seu papel e ajudar na capacitação dos seus motoristas, os ajudando dessa forma a enfrentar diversas situações, inclusive climáticas. Sempre disponibilizamos treinamentos e projetos internos e afins para auxiliar em suas atividades, além de manter nossas frotas atualizadas e capacitadas para esses tipos de gargalos”, descreve Danilo Guedes.

Ainda assim, mesmo com alinhamentos para os impactos serem menores, Danilo diz que existem limitações nessas ocasiões, pois não existe controle sobre os cenários climáticos. “Não há muito o que antecipar com relação a fatores climatológicos. Às vezes podemos estar no meio da estrada, pode cair neve e é tudo interrompido no trânsito. O que fazemos diariamente nesse período é acompanhar as previsões do clima, criar planejamentos mais assertivos com base nesses dados e contar com um pouco de sorte”, finaliza o empresário.

Rafael Brusque - Blog do Caminhoneiro

Nascido e criado na margem de uma importante rodovia paranaense, apaixonado por caminhões e por tudo movido a diesel.

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