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Norma de emissões Euro 7 não deve sair do papel

A norma de emissões de poluentes Euro 7, prevista para entrar em vigor na Europa em 2027 para caminhões e ônibus, não deve sair do papel. Além de um expressivo aumento de custos, a nova norma enfrenta resistência de associações de fabricantes e de países da Europa.

De acordo com a Frontier Economics, que realizou um amplo estudo de custos, a nova norma aumentar o valor para produção de veículos em até € 12 mil (Euros), ou R$ 64 mil.

Esse valor é de quatro a dez vezes superior às estimativas feita pela Comissão da União Europeia, que mostravam que os custos para as montadoras subiriam em € 180 a € 450 para automóveis e vans e € 2.800 para caminhões e ônibus.

O levantamento feito pela Frontier Economics leva em conta apenas os custos diretos para a produção dos veículos. O preço final, para os consumidores, pode subir muito mais.

As entidades também alegam que a atual norma Euro 6, no padrão atual, é a norma mais abrangente e rigorosa do mundo sobre emissões de poluentes, como NOx e material particulado.

Além dos custos diretos, a proposta do Euro 7 gerará custos indiretos, como maior consumo de combustível. Ao longo da vida útil de um veículo, isso pode aumentar os custos de combustível em 3,5%, totalizando mais de € 20.000 extras para caminhões de longa distância e € 650 para carros e vans.

Esses custos indiretos – que são ignorados na avaliação de impacto da Comissão da União Europeia – somam-se aos custos diretos. Eles aumentariam o custo total de propriedade de um veículo, colocando pressões financeiras adicionais sobre consumidores e empresas em um momento de alta inflação e aumento dos preços da energia.

“A indústria automobilística europeia está empenhada em reduzir ainda mais as emissões em benefício do clima, do meio ambiente e da saúde. No entanto, a proposta do Euro 7 simplesmente não é a maneira correta de fazer isso, pois teria um impacto ambiental extremamente baixo a um custo extremamente alto”, afirmou Sigrid de Vries, Diretora Geral da European Automobile Manufacturers’ Association (ACEA).

Para as montadoras, é preferencial investir na eletrificação, que não emite poluentes durante a operação, porque os motores a diesel já tem data para serem abolidos do setor. A maioria dos países espera que entre 2035 e 2040, todos os veículos novos produzidos usem tecnologias de propulsão alternativa.

Países contrários

Vários países tem se unido contra a entrada em vigor da norma Euro 7. Uma minoria de países, liderados pela Itália e França, rejeitam totalmente qualquer novo padrão de emissões além do Euro 6.

A soma desses países, oito no total, já tem votos suficientes para impedir que a nova regra seja aprovada. Por isso, dificilmente o Euro 7 entrará em vigor.

Para os envolvidos, a otimização ainda maior dos motores a combustão convencionais poderia atrapalhar o crescimento da eletromobilidade, vista como a tábua de salvação do clima.

Rafael Brusque - Blog do Caminhoneiro

Nascido e criado na margem de uma importante rodovia paranaense, apaixonado por caminhões e por tudo movido a diesel.