Produção de caminhões cresce em julho
6.820 caminhões saíram das linhas de montagem no Brasil em julho. O número, 22,3% maior do que em junho, ainda está bastante bem abaixo dos números de antes da pandemia, onde a produção chegou a atingir 9.131 unidades em fevereiro.
Os caminhões mais vendidos também são os mais produzidos. Os modelos pesados, do tipo cavalo-mecânico, tiveram 2.638 unidades fabricadas em julho.
A produção total de veículos, caminhões, ônibus, utilitários e automóveis somaram 170,3 mil unidades, alta de 73% sobre junho. Apesar disso, a produção ainda está 36% menor do que em julho do ano passado.
PRODUÇÃO DE CAMINHÕES NO BRASIL |
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Caminhões | Janeiro | Fevereiro | Março | Abril | Maio | Junho | Julho | Total |
Produção total | 7.169 | 9.131 | 8.406 | 403 | 4.054 | 5.575 | 6.820 | 41.558 |
Semileves | 40 | 47 | 156 | 18 | 27 | 7 | 59 | 354 |
Leves | 1.417 | 1.409 | 1.254 | 33 | 456 | 777 | 1.182 | 6.528 |
Médios | 210 | 351 | 377 | 13 | 142 | 288 | 305 | 1.686 |
Semipesados | 1.989 | 2.325 | 2.136 | 109 | 1.058 | 1.530 | 2.636 | 11.783 |
Pesados | 3.513 | 4.999 | 4.483 | 230 | 2.371 | 2.973 | 2.638 | 21.207 |
“Além de um número maior de dias úteis, julho foi um mês no qual as montadoras e concessionárias fizeram um grande esforço para recompor o caixa prejudicado pela longa quarentena. Mas o ritmo de vendas diário foi apenas 20% superior ao de junho, o que demanda cautela na análise de como será a recuperação no segundo semestre. Ainda temos uma pandemia que não deu trégua, com casos crescentes de Covid-19 em estados importantes do país. É como se estivéssemos numa estrada sinuosa e com forte neblina, com grande dificuldade de enxergar o horizonte com clareza”, avalia Luiz Carlos Moraes, Presidente da Anfavea.
Setor automotivo mantém seus compromissos com a redução de emissões de poluentes
O Presidente da Anfavea também apresentou um resumo das ações do setor automotivo para reduzir as emissões de poluentes, que começaram há quase 40 anos, quando foi instituído o Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores). Desde então, as seis fases para veículos leves já reduziram radicalmente os níveis de emissões de poluentes: 95% para monóxido de carbono, 98% para hidrocarbonetos, 96% para óxidos de nitrogênio e 87% para aldeídos. No caso dos veículos pesados, sete fases reduziram a emissão de óxidos de nitrogênio em 86%, e em 95% a de materiais particulados.
Medições feitas pela Cetesb no ar das principais cidades de São Paulo, entre 2006 e 2018, apontam a redução pela metade, em média, da presença de todos esses gases poluentes veiculares. Isso apesar de a frota de veículos no estado ter crescido 66% nesse período, e sem que houvesse a criação de programas consistentes de inspeção veicular ou estímulos à renovação da frota, raciocínio válido para todos os outros estados brasileiros.
Diante da crise gerada pela maior pandemia dos últimos 100 anos, a Anfavea julga necessário adiar em 2 ou 3 anos as próximas etapas do Proconve para veículos leves e pesados. Não só por uma questão econômica, já que o setor vai perder quase 40% de sua receita neste ano, mas também por uma questão sanitária. Afinal, todos os testes de desenvolvimento foram prejudicados pela quarentena, e continuam em ritmo mais lento para proteção dos profissionais de laboratório e de campo que trabalham nesses projetos.
“Uma crise dessa dimensão vem afetando todos os campos profissionais, e não é diferente com nossa indústria. Somos a favor das novas etapas de redução de emissões, cujo cronograma ajudamos a elaborar. Essa sugestão de breve adiamento não afeta nosso compromisso com o meio ambiente. Após todos os investimentos e esforços feitos desde a década de 1980, com resultados mensuráveis na ponta do escapamento e na qualidade do ar, chega a ser intelectualmente desonesto colocar o ônus da poluição das cidades nos veículos atualmente em produção, essencialmente limpos”, conclui o Presidente da Anfavea.
Rafael Brusque – Blog do Caminhoneiro | Com informações da Anfavea