VÍDEO: Mais um caminhoneiro é salvo pela Área de Escape da BR-376 no Paraná
No último sábado, 14 de agosto, mais um caminhoneiro foi salvo pela área de escape do KM 667,3 da BR-376, em Guaratuba, no Paraná. O motorista precisou usar o dispositivo após ficar sem freios na descida da serra.
De acordo com a Arteris Litoral Sul, o caminhão, que estava carregado com quatorze toneladas de produtos químicos, teve problemas nos freios, provavelmente superaquecimento, e adentrou 55 metros dentro da área de escape até a parada total. O motorista não se feriu.
Área de escape
As áreas de escape são construídas nas margens das rodovias – principalmente em trechos de descida da Serra – com objetivo de auxiliar a frenagem de veículos desgovernados. A estrutura é planejada com faixa de acesso direcionada para uma caixa com profundidade de até 1,1 m – preenchida com cinasita (argila expandida, similar a utilizada em vasos de plantas). A lógica é semelhante a aplicada em pistas de automobilismo (caixa de brita) e faz com que o veículo reduza a velocidade a zero – minimizando ao máximo possíveis danos ao veículo e preservando a condição física dos condutores.
A nova Área de Escape foi construída em 2019 na margem esquerda da pista sul – justamente para facilitar o acesso de veículos com excesso de velocidade. A estrutura tem faixa de aproximação de 500 metros para entrada, com sinalização horizontal indicativa quadriculada, caixa de cinasita com 1,1 metro de profundidade e 150 metros de extensão, além de duas faixas laterais pavimentadas para operação e transbordo dos veículos.
Além da complexidade geológica do local, que exigiu planejamento especial para execução da obra, a nova Área de Escape conta com um diferencial – ela possui duas pontes rolantes sobre trilhos ao longo de toda a extensão da área, com capacidade para movimentação de até 70 toneladas de carga. Na prática, o equipamento automatizado será utilizado para acelerar a movimentação e remoção dos veículos que adentrarem a área – otimizando a operação e liberação.
“Esta é certamente a Área de Escape mais moderna e tecnológica construída até hoje no Brasil. E é motivo de orgulho para todos nós que ela seja inaugurada no trecho da Arteris – uma companhia com engajamento comprovado na viabilização de obras para ampliação da segurança viária”, avalia Cesar Sass, diretor de operações Sul da Arteris.
Dispositivo para emergências em Serras
O comportamento dos motoristas profissionais na condução de veículos pesados é fundamental para prevenção de acidentes. Em trechos de descida de Serra, por exemplo, é imprescindível que os condutores utilizem o freio motor para o trânsito em segurança. Também deve ser obrigação de todos o respeito às leis de trânsito para preservação da vida.
Além da conduta de prevenção quando o veículo já está na estrada, a correta execução da manutenção preventiva e de revisão deve ser prática obrigatória de empresas de transporte de carga e proprietários de veículos autônomos.
Quando ao menos uma dessas medidas falha, acontecem as ocorrências de veículos desgovernados – sem freios em trechos com declives. E nestes momentos, investimentos em infraestrutura, como mais este executado pela Arteris, podem atenuar e prevenir acidentes com alto potencial de risco.
A Serra do Mar da BR-376, em especial, exige ainda maior atenção de condutores e transportadores. Isso porque ela possui 19 km de extensão, localizada a cerca de 30 minutos de Curitiba – do km 660 ao km 679. Nesse segmento, a queda de altitude é de aproximadamente 710 metros entre o início e término da Serra – o que requer perícia dos condutores no uso de freio motor e manutenção em dia. Situação que se torna ainda mais delicada, diante da grande movimentação de veículos pesados por dia na pista de descida – com trânsito diário de 7 mil veículos pesados.
Investimento
A complexidade geotécnica natural do trecho de descida da Serra da BR-376 exigiu grande esforço de engenharia e investimento de aproximadamente R$ 20 milhões por parte da concessionária – para transformar a nova área de escape em realidade.
Foram oito meses de obras, com etapas de terrapleno, construção de base para pista, pavimentação, sinalização e implantação das duas pontes rolantes – até o término da obra neste mês de novembro. No pico da construção, 134 trabalhadores atuaram na obra, com destaque também para a quantidade de material mobilizado: 317 mil Kg de aço, 21 mil m3 de aterro com pedra, 1.268 metros de estacas, 2.795 m3 de concreto.
Rafael Brusque – Blog do Caminhoneiro